domingo, 21 de agosto de 2011

Propaganda da Nivea que manda negro “se civilizar”é acusada de racismo


Após uma série de protestos nas redes sociais e no Youtube,a empresa alemã de cosméticos Nivea retirou sua nova campanha “Re-civilize yourself”(Recivilize-se,em tradução livre) do ar. A peça mostrava um negro com o cabelo curto e supostamente “arrumado”jogando fora a cabeça de um negro com um penteado afro (veja abaixo).

A campanha,iniciada no Facebook,rapidamente ganhou notoriedade na rede e gerou uma série de protestos. Na página da Nivea no site de relacionamentos,usuários ainda discutem se a peça foi realmente racista ou se tudo não se trata de um “exagero”dos ativistas negros.

Em nota no Facebook,a empresa se desculpou e admitiu o erro. “Obrigado pelo carinho por nos dar sua opinião sobre o recente anúncio do Nivea For Man ‘Re-Civilize Yourself’. Esse anúncio foi impróprio e ofensivo. Nunca foi nossa intenção ofender ninguém,e por isso estamos profundamente arrependidos. Esse anúncio nunca será usado novamente. Diversidade e igualdade de oportunidades são valores fundamentais de nossa empresa”,disse a companhia.




A marcha das margaridas em Brasília

CIMI
Conselho Indigenista Missionário
Adital

Por Renato Santana
Cimi, de Brasília (DF)

Se o capitalismo condena a humanidade ao que de pior ela pode produzir para o conjunto da sociedade, as mulheres são as que mais sofrem com as consequências. Sobretudo as negras, as pobres, as indígenas, as camponesas, as mães solteiras, as lésbicas, as que já abortaram.

A covardia da organização social patriarcal há séculos as condena ao racismo, além de atos de violência machista que partem dos homens e das relações do capital em suas mais variadas formas – com assassinatos, espancamentos, estupros, violações, liberdade subjugada.

Mas a resistência surge na mesma medida e nesta terça (16) e quarta-feira (17) cerca de 100 mil mulheres camponesas, trabalhadoras urbanas, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, pescadoras e feministas estiveram em Brasília (DF) para a Marcha das Margaridas.

Enquanto a ponta da marcha, que acontece a cada quatro anos, chegava às portas do Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios (DF), o final dela ainda estava no Parque da Cidade – que durante 48 horas se tornou a Cidade das Margaridas.

As mulheres tomaram de assalto as principais artérias do centro de poder do país por "Desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade”, mote da marcha. Histórias de lutas, regadas a lágrimas e risos, compuseram a grande marcha.

A organização da marcha foi da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag).

Margarida ressurgida

A marcha traz a memória de mulheres que morreram na defesa de seus direitos numa luta antissistêmica. Entre elas, Margarida Alves; durante 12 anos ela presidiu o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, estado da Paraíba.

Quebrou a lógica de que apenas homens podiam ocupar tal posto – ainda muito presente no movimento sindical brasileiro. Margarida travou intensa luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária.

Acabou brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983. Maria da Soledade presidiu o mesmo sindicato três anos depois, em 1986. Militou ao lado de Margarida e hoje se emociona ao se dizer margarida ao lado de tantas outras.

"Com essa marcha e nesse tempo todo de luta tivemos grandes conquistas, mas tem muito ainda para melhorar”, diz. Maria enfrentou o machismo e a violência não só como sindicalista e nas batalhas do campo. Repentista, enfrentou o preconceito de recintos que até então só cabiam homens.

Maria começou no repente com 19 anos e hoje está com 69: "São 50 anos cantando repente, fazendo essa poesia e resistindo como mulher. Acabei me acostumando a enfrentar o sertão, os homens e a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do campo”.

Margaridas indígenas

Airy Gavião veio de Marabá, uma das principais cidades do Pará (PA). "É uma grande dificuldade para chegar aqui. Dependendo da aldeia, são cinco dias de barco mais a viagem de ônibus”, conta. No entanto, Airy defende que a participação das mulheres indígenas deve ocorrer em todas as lutas das mulheres brasileiras.

"As indígenas sofrem com as consequências de tudo aquilo que aflige a mulher no campo. Por isso acho importante se inserir, fazer com que ouçam nossa voz, nossa cultura”, afirma.

Na Cidade das Margaridas, mulheres indígenas de todo o país se manifestaram. Povos indígenas sofrem com grandes empreendimentos, tais como a Usina de Belo Monte, no Pará, e a transposição do rio São Francisco. Tais impactos interferem no modo de viver dos índios.

Para Alexandra Pataxó, de Porto Seguro, Bahia, a luta pela terra é parte também da luta para a construção de uma vida melhor para as mulheres indígenas: "Então temos de superar as dificuldades e nos inserirmos mais na articulação das mulheres para colocarmos nossas necessidades”.

Em sua segunda marcha, Jomara Aracy, do povo Dessana, integrante da Articulação das Mulheres Brasileiras, frisa o papel transformador da mulher como essencial para um Brasil livre do capital. Para ela, só assim, num país de outra dimensão política e ideológica, é que as mulheres poderão ser livres de tudo aquilo que as oprime.

Margaridas contra grandes empreendimentos

A marcha trouxe também a Brasília a luta das mulheres contra os grandes empreendimentos. Rosa Pessoa é do Movimento de Mulheres de Altamira (PA). Ela e suas companheiras carregavam bandeiras contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. "Não há benefício nenhum com a usina, só coisas ruins para o nosso povo”, diz.

Em sua análise, Rosa avalia que além dos danos ao meio ambiente, povos indígenas, ribeirinhos e pescadores, Belo Monte atenta diretamente contra as mulheres. "Vemos um aumento grande de exploração sexual de mulheres e a tendência é piorar com o decorrer da construção da usina”, afirma.

Rosa avalia que não há desenvolvimento, mas retrocesso. Lembra do grande problema habitacional gerado apenas pelo fantasma da usina: a especulação imobiliária gerou o aumento de sem-tetos e de graves abismos sociais. Parte de Altamira será alagada e a outra ficará sob intenso caos social com o aumento populacional – estimado em 120 mil indivíduos.

"A Norte Energia não dá soluções ou cumpre as condicionantes. Não queremos a usina porque os impactos trarão grandes problemas. Estamos aqui contra Belo Monte”, encerra Rosa erguendo o mais alto que pode a bandeira símbolo do movimento contra a construção da usina.

O grito contra outro grande empreendimento, a transposição do rio São Francisco, partia de Cristina Nascimento através de um megafone. Ligada ao Fórum de Mulheres de Pernambuco, ela acredita "que a transposição afeta populações originárias que são arrancadas de suas terras como se arranca uma planta do chão pela raiz”.

Cristina defende que a questão se trata de desrespeitar a ancestralidade de indígenas e quilombolas, um crime irreparável que fortalece questões estruturantes do capital, tais como o racismo, o preconceito, o machismo, a compreensão patriarcal da sociedade.

"Porque estamos falando de um modelo estruturado. Por isso é central combater a transposição e reivindicar o direito a sustentabilidade”, explica. Na esteira, Cristina defende que está a luta das mulheres em mandar no próprio corpo e nos rumos da vida.

Ela faz parte do grupo feminista de tetro de rua Loucas de Pedra Lilás. Com sede em Recife, as meninas (jovens, adultas e idosas) atuam no combate ao machismo e na defesa do feminismo com peças criativas ligadas à educação e conscientização dos direitos humanos – e de prazer - da mulher. Já se apresentaram em países da América Latina e do mundo. Na Cidade das Margaridas e durante a marcha, o grupo realizou performances e esquetes teatrais além de carregar uma imensa margarida.

Margaridas resistentes

De bandeira em punho e pés firmes na marcha, Maria das Neves ou Maria das Águas, como é mais conhecida, procurava algum repórter para falar sobre sua vida, sobre as companheiras mortas, sobre como é o dia a dia das mulheres pescadoras artesanais do país. Queria gritar para além da marcha.

Maria das Águas vive em Lagoa do Carro, agreste de Pernambuco. Ao lado dela são mais cinco mil pescadoras artesanais no Nordeste. Juntas ajudam a abastecer em 70% o país de pescado, seja nos rios, lagos, barragens ou em alto mar. Maria aprendeu a pescar aos sete anos – está com 55, apesar de o RG dizer 52.

"Toda vida morei em Lagoa do Carro. O que aconteceu foi que construíram uma barragem e o lugar em que morávamos ficou alagado, inclusive onde minha mãe plantava. Para nos dar de comer ela aprendeu a pescar na lagoa da própria barragem e me ensinou”, conta.

O tempo passou, as barragens continuam a ser erguidas nos rincões de um Brasil escondido e Maria das Águas é hoje representante do Movimento Nacional dos Pescadores e Pescadoras – além de ser da Articulação das Mulheres Pescadoras.

Ela encontra na organização política e ideológica formas de combater os ataques que as mulheres pescadoras sofrem, apesar da morte espreitar as ações de resistência ao latifúndio que privatiza as águas amparado pelos grandes empreendimentos do governo. Na semana anterior a marcha, uma companheira de Maria foi assassinada na Paraíba.

"Latifundiários nos expulsam dos rios e as grandes empresas jogam nas águas produtos químicos que matam ou contaminam os peixes. A privatização das águas é tamanha que chegam a colocar cercas elétricas dentro dos rios para nós não entrarmos sob risco de morte”, indigna-se.

Maria das Águas afirma que os grandes empreendimentos são hoje os principais responsáveis pelos aterros nos mangues, causando graves desequilíbrios ambientais, além de grande parcela do esgoto que polui rios e praias.

"Meu sonho é o mesmo das mulheres de 1857, lá de Chicago, que foram assassinadas. Quero um mundo livre da opressão, com as águas limpas e sem latifúndio. Vim aqui para a marcha a troco dessa luta”, enfatiza.

Por essas horas a marcha já se acumulava nos jardins do Congresso Nacional. A cor lilás predominava num dia de céu de brigadeiro e margaridas levantadas da terra.

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Bolivia: CSUTCB advierte que por detrás de la marcha indígena hay un movimiento político


La Paz - Bolivia.- El secretario ejecutivo de la Confederación Sindical Única de Trabajadores Campesinos de Bolivia, Roberto Coraite, advirtió el sábado que detrás de la movilización protagonizada por algunas comunidades del Territorio Indígena del Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS), que se oponen a la construcción de un tramo de la carretera Villa Tunari- San Ignacio de Moxos, existe un poder político fuerte, para desestabilizar el Gobierno de Evo Morales.

"Esta situación nos permite analizar y visualizar que, detrás de ello, hay un movimiento político muy fuerte, lo que es muy peligroso, al margen de sus legítimos derechos y demandas que puedan existir", dijo.

En una conferencia de prensa, el máximo ejecutivo de la CSUTCB, aseguró que esa movilización se estaría convirtiendo en una punta de lanza de la oposición y de los conspiradores para generar una convulsión en el país.

"Manifestamos que toda movilización de esta naturaleza, definitivamente tiene objetivos políticos con las intenciones de bajar la imagen de nuestro presidente y deteriorar la imagen del Gobierno y del proceso de transformaciones estructurales", indicó el dirigente agrario.

Además, Coraite denunció que 14 Organizaciones no Gubernamentales (ONGs), junto la gobernación de Santa Cruz y actores políticos de la oposición, estarían financiando esa movilización, que hasta el momento rechazó la convocatoria del Gobierno para una reunión con el primer mandatario en la ciudad de La Paz.

"No entendemos por qué los dirigentes de los marchistas no quieren dialogar con el Presidente Evo Morales en la Paz, cuando fue una de sus exigencias iniciales", manifestó.

La construcción de los tramos I y III de esa carretera ya tienen licencia ambiental, pero algunas comunidades indígenas del TIPNIS se oponen a la construcción del tramo II, de 177 kilómetros, argumentado daños a su hábitat y un supuesto saqueo de recursos naturales.

Asimismo, el ejecutivo de la CSUTCB informó que esa organización realizará el domingo un ampliado de emergencia, junto a algunas organizaciones sociales para evaluar el asunto y tomar una decisión.

Coraite pidió a los dirigentes del TIPNIS a aceptar la convocatoria del Gobierno y no permitir que afecte al proceso de cambio.
ABI

Ascienden a 51 muertos por el ataque contra la mezquita de Jyber en Pakistán


ISLAMABAD, 20 Ago. (EUROPA PRESS) -

Al menos 51 personas han muerto y otras 121 han resultado heridas en el último balance hecho este sábado por el atentado contra la mezquita, que tuvo lugar este viernes en la región tribal de Jyber, en el noroeste de Pakistán, según ha informado una fuente gubernamental del país.

Durante esta jornada se ha producido un nuevo atentado en la misma región contra un convoy pakistaní en el que han fallecido dos oficiales de seguridad y otras seis personas han resultado heridas, según ha informado oficiales de Inteligencia del país a la cadena norteamericana CNN.

Concretamente, los responsables de este último atentado han abierto fuego cuando el convoy que se dirigía hacia la región de Aka Khel, situada también en Jyber.

Por su parte, el atentado contra la mezquita del viernes, en la que había aproximadamente 300 personas en el momento del incidente según las autoridades, fue una represalia por la resistencia local contra los talibán, ha señalado el grupo paquistaní Tehrik i Talibán.

Asimismo, su portavoz Mohammad Talha ha señalado que el movimiento de resistencia local había sido el responsable de la muerte de dos combatientes talibán esta semana y del destrozo de tres guaridas talibán en la zona.


Bolivia: Bloquean la VIII Marcha y cercan a los indígenas en San Ignacio de Moxos

ENA-Fobomade

(La Paz y San Ignacio de Moxos).- Campesinos, activistas del MAS y otros partidarios del oficialismo bloquearon la VIII Marcha Indígena y cercaron a más de un millar de caminantes en San Ignacio de Moxos. Las huestes oficialistas advirtieron que los indígenas no saldrán de esa localidad beniana mientras no dialoguen con autoridades del Poder Ejecutivo.

El 15 de agosto partió desde Trinidad con rumbo a la sede de gobierno la denominada VIII Marcha Indígena por los Territorios, la Vida, la Dignidad y los derechos de los Pueblos Indígenas que habitan el Territorio Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS). Los movilizados rechazan la construcción de la carretera Villa Tunari-San Ignacio de Moxos que devastará el TIPNIS.

Después de cinco días de caminata, más de mil movilizados arribaron este viernes 19 de agosto a San Ignacio de Moxos, donde tuvieron que enfrentar a grupos de presuntos “antisociales” que intentaron frenar su marcha hacia la ciudad de La Paz, e incluso tomar el vehículo del Defensor del Pueblo.

A primera hora, entre 150 y 200 personas bloquearon la carretera San Ignacio-Trinidad, a unos dos kilómetros de San Ignacio, presuntamente a la cabeza de la esposa del asambleísta Omar Ruiz y de otras personas que en diferentes ocasiones apoyaron públicamente la carretera impulsada por el gobierno de Evo Morales.

“Nos detuvieron a los miembros de la Comisión Política y nos bajaron en la tranca (de San Ignacio de Moxos) buscando que la marcha no pueda pasar; pero acudimos inmediatamente al subgobernador (Sixto Bejarano) y se tomó los recaudos que corresponde….”, informó a la red Erbol el máximo dirigente de la Cidob Adolfo Chávez.

Una comisión del gobierno a la cabeza de los ministros de la Presidencia y de Obras Públicas, Carlos Romero y Walter Delgadillo, respectivamente, llegó esta mañana a San Ignacio de Moxos para instalar una mesa de diálogo con los indígenas.

Durante toda la jornada fue aumentando la presión para que los marchistas acepten el diálogo, mientras los campesinos se movilizaban para evitar que la marcha se reanude y otros anunciaban que no dejarían que los indígenas abandonen San Ignacio. Los indígenas movilizados reiteraron que sólo dialogarán con el Presidente Evo Morales y no con los Ministros, cumpliendo el mandato que la comisión política de la VIII Marcha.

“Nuestros hermanos indígenas que marchan de Beni a La Paz piden la presencia (del Presidente, pero) por razones de tiempo estamos delegando al Ministro de la Presidencia para que rápidamente puedan reunirse, preparar reuniones, avanzar algunos temas”, respondió el Presidente Evo Morales.

Morales se negó a negociar en persona con los indígenas en San Ignacio de Moxos, pero se reunió en Villa Tunari con representantes de 18 comunidades del TIPNIS que apoyan la construcción de la carretera.

“Nuestro Mandatario se reunirá en Villa Tunari con el motivo de discutir sus necesidades y demandas... Ellos ven cifradas sus esperanzas en la carretera; hasta ahora las ONGs los han tenido postrados en la situación en la que se encuentran, pero este camino los liberará y tendrán mayores posibilidades de depender de ellos mismos”, dijo el asesor de la Gobernación de Cochabamba Freddy San Miguel. (ABI)

La dirigencia de los pueblos Yuracaré, Mojeño y Trinitario decidieron apoyar la carretera “por ser beneficiosa para las comunidades y población en general”. Según San Miguel, de las 64 comunidades que integran el TIPNIS, 44 están de acuerdo con la construcción de la carretera, y “solamente una parte está con intereses extranjeros, con las ONGs y los madereros”.

Autoridades de las comunidades de San Antonio, Limo del Isiboro, Sisarzama, Fátima, San José de Langosta, 3 de Mayo, Carmen de la Nueva Esperanza, San Juan del isiboro y Puerto Pancho oficializaron su respaldo al proyecto carretero en una reunión con autoridades municipales de Villa Tunari, entre ellos el secretario de Coordinación general Asterio Romero; el secretario general de la Federación del Trópico Mario Castillo y el coordinador de las ocho Centrales cocaleras Lorenzo Porco.

Evo Morales se reunió esta tarde con un grupo de dirigentes del Consejo de Indígenas del Sur (Conisur), desconocidos por traficar con tierras. “Han vendido tierras de forma ilegal a los colonizadores; por eso se los ha desacreditado (…) ellos negocian a nuestras espaldas con el gobierno, pero no nos representan”, declaró el sub Alcalde del TIPNIS Pedro Tamo a la Agencia de Noticias Indígenas de Erbol. Tamo recordó que el principal representante del Conisur, Gumercindo Pradel, habría además negociado concesiones madereras del Polígono 2 del Isiboro Sécure, sin autorización de las comunidades a las que representa.

La autoridad indígena recalcó a la agencia AINI que las comunidades que se reunieron con Morales no son parte del TIPNIS. “Si esas comunidades van a sostener alguna reunión con el gobierno lo harán por su propia cuenta sin representar a los indígenas que vivimos en el TIPNIS… Si el gobierno quiere dialogar lo tiene que hacer respetando nuestra estructura orgánica”.

Por su parte, el principal dirigente del TIPNIS Fernando Vargas manifestó que “si el gobierno sólo quiere dialogar con los indígenas del TIPNIS, no nos vamos a sentar a la mesa pues estaríamos eludiendo las decisiones orgánicas de la Confederación; hay 13 demandas que tienen que ser atendidas”.

El líder de la Cidob Adolfo Chávez lamentó que el Presidente discrimine a sus hermanos indígenas. En su criterio, este “signo de soberbia con un pueblo humilde” no hace más que dañar la propia reputación de Morales.

“Dice que no tiene tiempo para los pueblos indígenas, y eso es una muestra clara de racismo y la discriminación que tiene hacia los pueblos indígenas. El Presidente dialoga con Potosí, con El Alto, ayer ha estado en Santa Cruz y se ha ido a comer un majadito; cuando lo llaman para inaugurar una canchita en cualquier rincón de La Paz o Potosí, el Presidente viaja hasta ahí y juega un partido de futbol; si él tiene tiempo para eso, debería tener tiempo para dialogar con los indígenas”, reclamó la dirigente indígena Justa Cabrera.

El gobierno decidió cambiar su slogan de “gobernar obedeciendo al pueblo” por el de “gobernar sólo con quienes lo apoyan”, según se desprende de los últimos conflictos que enfrentó con los sectores sociales y últimamente con los indígenas de tierras bajas que exigen la paralización de las obras de construcción de la carretera que partirá en dos el corazón del TIPNIS.

Durante el conflicto más fuerte que enfrentó el gobierno en abril de este año ya se empezó a observar una fuerte división con las organizaciones que lo habían apoyado, como es el caso de los mineros, a quienes acuso de gestar un “golpe de Estado” por utilizar cachorros de dinamita en sus movilizaciones por mayor incremento salarial. “Si la Policía (los) dejaba entrar (para) que dinamiten la plaza Murillo, hubieran dinamitado el Palacio Legislativo, el Palacio de Gobierno. Si me encontraban, seguro que me dinamitaban. Es como un golpe de Estado”, se quejó Morales en esa oportunidad.

Durante las movilizaciones de la Central Obrera Boliviana (COB) por un aumento salarial mayor al 10 por ciento, el vicepresidente Álvaro García Linera fue más lejos y convocó a “resistir esta prepotencia y abuso de los dirigentes” y advirtió que las confederaciones campesinas “tomarán represalias” contra los profesores rurales que “no cumplan su labor con los niños”.

El presidente de la Asamblea de los Pueblos Guaraníes (APG) Celso Padilla comentó días atrás que el gobierno no puede gobernar sólo con el apoyo de la Confederación Sindical Única de Trabajadores Campesinos de Bolivia (CSUTCB) y la Confederación Nacional de Mujeres Campesinas Indígenas Originaria de Bolivia Bartolina Sisa.

“Queremos recordar al gobierno que nosotros también lo llevamos al poder al primer Presidente indígena, que nosotros fuimos en 1990 los que abrimos la lucha indígena en el país; no entendemos por qué se olvidó tan rápido de nosotros y nos da la espalda; no entendemos de qué Estado Plurinacional nos habla cuando nuestros derechos están vulnerados por el mismo gobierno que elegimos”, criticó Padilla. (Erbol)

Durante las movilizaciones sociales de abril y de agosto de este año, el gobierno esgrimió los mismos argumentos y amenazas para intimidar a sus oponentes, como por ejemplo recurrir a unos 100 campesinos para que procedan a bloquear las principales salidas del municipio de San Ignacio de Moxos para obligar a los indígenas a que negocien con sus ministros.

Bloqueo y presión

A esta hora, decenas de campesinos bloquean las principales salidas del municipio San Ignacio de Moxos que se encuentra casi paralizado. Se estima que alrededor de 250 personas cerraron la ruta que conduce a San Borja. Los marchistas retenidos responsabilizan al ministro Romero del clima de tensión y confrontación que se vive en la localidad.

La discriminación del Presidente Morales molestó mucho a los manifestantes, quienes ratificaron su decisión de arribar a la ciudad de La Paz, tal como lo hicieron en 1990. Los más de mil marchistas, entre mujeres, hombres y niños, temen que el principal dirigente de los cocaleros, Evo Morales, hubiera dispuesto además la movilización de sus bases para frenarlos y hasta provocarlos.

Los cocaleros del trópico de Cochabamba analizan la posibilidad de convocar a una “contramarcha” e incluso una vigilia para respaldar la construcción de la carretera Villa Tunari-San Ignacio de Moxos. “Hay una reunión muy importante en el TIPNIS con la Federación del Trópico y seguro que en el transcurso de mañana o el lunes van a salir a respaldar esta carretera tan importante\", aseveró el asambleísta y dirigente cocalero Edgar Tórrez.

La secretaria Ejecutiva de la Confederación Sindical de Mujeres de Comunidades Interculturales de Bolivia (CSMCIB) Natalia Quispe declaró a La Prensa que a su sector “no nos importa lo que pidan” los indígenas, y adelantó la posibilidad de que junto con representantes de los colonizadores se trasladen a San Ignacio de Moxos para demostrar el respaldo al Presidente y a sus ministros.

Y mientras los dirigentes nacionales de la CSUTCB pedían al Presidente Morales que cambie el trazo del tramo II de la carretera Villa Tunari-San Ignacio de Moxos, otro sector amenazaba con protagonizar movilizaciones cuando los indígenas arriben al norte de La Paz. El dirigente del sector Javier Rea aseguró que los cocaleros de los Yungas cerrarán el paso a los indígenas en la localidad de Palos Blancos.

Entre tanto, el Ejecutivo intensifica la campaña mediática para desprestigiar a la VIII Marcha Indígena y al mismo tiempo promocionar la vía desde el Cochabamba a Beni. “No es parte de la cultura de los indígenas poner condiciones para el diálogo, nosotros negociamos y buscamos siempre soluciones concertadas”, declaró hoy el canciller David Choquehuanca, supuesto representante “indígena” en el Ejecutivo.

Los principios de los indígenas llevan a “no jerarquizar, ni discriminar, porque todos los pueblos tienen la misma importancia… Yo soy indígena y nosotros siempre estamos abiertos al diálogo, negociamos, hablamos con los niños, con los abuelos, con todos, es un principio para no discriminar”, reflexionó Choquehuanca.La secretaria general de la Confederación Nacional de Mujeres Indígenas Originarias de Bolivia Bartolina Sisa (CNMIOC-BS) Felipa Huanca instó “a los hermanos dirigentes del TIPNIS y principalmente de la CIDOB que no confundan a nuestros hermanos indígenas, porque no les están diciendo la verdad, les están desinformando, no están actuando con transparencia y están llevando adelante una marcha injusta”.

Por su parte, el senador del MAS y ex dirigente campesino Isaac Avalos pidió a los indígenas “dejar a un lado la intransigencia… Yo le pido a Adolfo Chávez que no sea soberbio, que no sacrifique a su pueblo. Si se siente un verdadero líder que dialogue sin soberbia. Los asuntos que los impulsan en sus supuestas reivindicaciones son técnicos, y para eso están los ministros. No son peticiones políticas para pedir la presencia del Presidente del Estado, pero aquí más que los indígenas son las ONG que están pidiendo que baje a la marcha el Presidente para tratar de hacer carne de cañón…”.



Muere en Nueva York Fernando Coronil


Por: Prensa COMUNA: pensamiento critico en la revolución /
Fecha de publicación: 19/08/11

Nos ha dejado un antropólogo que entendió Venezuela. Nos ha dejado un ciudadano que se comprometió con la democracia en su país y al que siempre le pudo más su decidida apuesta por la verdad que la conveniencia. Nos ha dejado un amigo que hizo de su cátedra en la Universidad de Michigan primero, y en la Universidad de Nueva York después, un refugio en donde el pensamiento suramericano pudo sentirse libre y aprender a librarse de las redes de la colonialidad. Nos ha dejado Fernando Coronil, y eso duele, por la pérdida del amigo, por la pérdida del luchador y por la pérdida del pensador lúcido y cargado de experiencia.

Cualquier estudioso que se interese en los Estados Unidos por Venezuela llega necesariamente a un libro del que tiene más noticia el mundo –su primera edición fue en inglés- que la propia Venezuela: El Estado mágico. Naturaleza, dinero y modernidad en Venezuela, Caracas, Nueva Sociedad, 2002, de Fernando Coronil. Un libro inteligente, sentido y pensado, donde, de la mano de Cabrujas, Coronil explicó minuciosamente la construcción de un Estado petrolero que construyó una mentalidad rentista que aún a día de hoy lastra el vuelo de la institucionalidad venezolana. La historia de un Estado que, como el mago que saca interminables piezas de su chistera, ha usado los recursos del petróleo para impedirse a sí mismo armar una institucionalidad administrativa y una cultura política avanzada.

Coronil siempre supo que el norte no se podía explicar sin el sur, y que el sur tenía que liberarse del norte para poder emprender su propio camino. Junto con Mignolo, Dussel, Quijano o Santos, Fernando Coronil sentó las bases del pensamiento poscolonial y construyó, desde su condición de profesor comprometido, las bases de una manera de comportarse que van cuajando en la independencia del continente. Venezuela, a la que tanto ha contribuido a entender, le expulsó durante la IV República y lo llevó al exilio. Nunca calló lo que entendió como errores de la V, pero siempre defendió, en territorios complicados (como es el corazón del imperio), los avances de un proceso que había incluido a los excluidos, que había dado voz a los sin voz, que había hecho visibles a los invisibles. Como venezolano entero, siempre entendió que hay un antes y un después del Presidente Chávez, y no dudó en defenderlo contra el viento y marea de una prensa mercenaria. Pero su compromiso académico, nunca desgajado de su vida como ciudadano, le llevó a ser, como él decía, “un acompañante crítico” del proceso. Esos acompañantes que, como los imprescindibles de Brecht, siempre están ahí. Uno de esos acompañantes que, ahora que se ha ido, el proceso debe llorar por no haber sabido estar más cerca de él.

Fernando Coronil fue también un emocionado acompañante del encuentro de intelectuales que en 2009, en el Centro Internacional Miranda, hizo un balance de las luces y sombras del proceso revolucionario bolivariano. Como buen académico y como demócrata comprometido, entendió que era importante que los pensadores que defienden la revolución sean también los primeros en criticar sus errores. En algunos encuentros en Nueva York, donde siempre se preocupó de que las voces revolucionarias entraran en la universidad, nos mostró su alegría por compartir los cambios en Venezuela desde la objetividad que reclama la ciencia y desde el compromiso que reclama la voluntad de no ser neutrales. Venezuela pierde a uno de sus más grandes valores en "el vientre de la bestia".

La artera muerte le sorprendió trabajando en los procesos de democratización de América Latina. Nos deja igualmente trabajos pormenorizados del golpe de 2002, sobre el desarrollo de la izquierda en el continente, sobre la pesada garra eurocéntrica y norteamericana que pesa sobre la democracia suramericana. Ha marcado el camino. Con una generosidad que nos tiene los bolsillos repletos de su sonrisa. El mejor legado que podemos hacerle es seguir su trabajo.