martes, 28 de octubre de 2014

Dilma, victoria y después

Por Atilio Boron para Página/12

Difícil y angustiosa victoria de Dilma en el ballottage. Pero el alivio ofrecido por el veredicto de las urnas duró muy poco. El día de ayer los mercados se lanzaron al ataque con toda su furia: la Bolsa de Valores de San Pablo abrió con una baja del 6 por ciento, aunque luego se estabilizó en torno del 4 por ciento, al paso que las acciones de Petrobras y de las empresas públicas se desplomaban y el real se devaluaba en torno del 4 por ciento con relación al dólar. El objetivo de este ejercicio de terrorismo económico es “marcarle la cancha” a la presidenta para su segundo mandato, imponer uno de los suyos en el Ministerio de Economía y el Banco Central y poner fin a la supuesta “demagogia populista” de su política económica. Por eso a Dilma le esperan cuatro años durísimos que confirman lo acertado que estaba Maquiavelo cuando decía que por más que se le hagan concesiones los ricos y poderosos jamás dejarán de pensar que el gobernante es un intruso que se inmiscuye en sus negocios y en el disfrute de sus bienes. Son, decía el florentino, insaciables, eternamente inconformistas y siempre propensos a la conspiración y la sedición y comete un serio error el gobierno que crea que cediendo a sus demandas logrará apaciguar su beligerancia. Dilma corre el riesgo de ser asfixiada por enemigos que no parecen muy dispuestos a esperar otros cuatro años para llegar al gobierno. La hipótesis de un “golpe blando” no debería ser descartada apriorísticamente; allí están los ejemplos de Zelaya y Lugo para convencer a los escépticos de los extremos a los cuales puede llegar la derecha cuando la gente “se equivoca” al votar.
Para no sucumbir ante los grandes factores de poder se requiere, en primer lugar, la urgente reconstrucción del movimiento popular desmovilizado, desorganizado y desmoralizado por el PT, algo que Dilma no podrá hacer sin una reorientación del rumbo gubernamental que redefina el modelo económico y recorte los irritantes privilegios del capital. Segundo, llevar a cabo una reforma política que empodere a las masas populares y abra el largamente demorado camino de una profunda democratización. El Congreso brasileño es una perversa trampa dominada por el agronegocio y las oligarquías locales (hasta el domingo pasado, 253 diputados del Frente Parlamentario de la Agroindustria sobre un total de 513), producto del escaso impulso dado a la reforma agraria y las interminables piruetas políticas efectuadas por el gobierno para destrabar los vetos del Legislativo que sólo se pueden destrabar desde la calle. Pero para que el pueblo asuma su protagonismo y florezcan los movimientos sociales y las fuerzas políticas que motoricen el cambio –que no vendrá “desde arriba”– se requerirá tomar decisiones políticas, económicas y sociales que efectivamente los empoderen.
¿Será éste el curso de acción en que se embarcará Dilma, a quien la derecha local e internacional le declaró la guerra? Si no lucha será aplastada por la reacción. Su única opción es dar pelea. No parece ser su talante, y mucho menos la política del PT. Pero la irrupción de una renovada dinámica de masas precipitada por el agravamiento de la crisis general del capitalismo y como respuesta ante la recargada ofensiva de la derecha (discreta pero resueltamente apoyada por Washington) podría alterar profundamente la propensión del estado brasileño (y del PT) a gestionar los asuntos públicos de espalda a su pueblo. Nada podría ser más necesario para garantizar la gobernabilidad que el vigoroso surgimiento de lo que Alvaro García Linera denominara “la potencia plebeya”, aletargada por décadas sin que el petismo se atreviera a despertarla. Sin ese vigoroso protagonismo de las masas en el Estado éste quedará prisionero de los poderes fácticos tradicionales. Y su consecuencia sería desastrosa, no sólo para Brasil sino para toda nuestra América, porque el bloque social y político que Aécio representa pondría abrupto fin a la Unasur y la Celac, promovería el TLC con Estados Unidos y Europa, el ingreso a la Alianza del Pacífico y erigiría un “cerco sanitario” en torno de Cuba, Bolivia, Ecuador y Venezuela para, en consonancia con las expectativas de la Casa Blanca, regresar América latina y el Caribe a la condición existente en vísperas de la Revolución Cubana.


lunes, 27 de octubre de 2014

AIDESEP Y COICA PRESENTARAN AGENDA TEMÁTICA EN LA CUMBRE DE LOS PUEBLOS

A pressão por uma guinada de Dilma à esquerda começa agora

Leonardo Sakamoto

UOL, 27/10/2014

Dilma Rousseff não ganhou o segundo turno por conta de João Santana. A atuação de Lula, que segue sendo o grande eleitor do país, foi fundamental, mas outro elemento se mostrou determinante: a militância.

Petistas ou pessoas que não são ligadas ao partido, mas defendem bandeiras de esquerda e enxergavam na continuidade do mandato uma possibilidade maior de diálogo para essas pautas, levaram, junto com organizações e movimentos sociais, a campanha ao espaço público e às redes sociais. Conquistaram votos como o PT fazia antigamente antes do partido se apegar demais ao poder e se apaixonar pelo reflexo no espelho.

O governo reeleito sabe disso. Dilma citou isso em seu discurso de vitória. Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, exaltou o papel dessa militância em entrevista a Josias de Sousa, Mario Magalhães e a mim, no UOL, neste domingo (26). A partir de agora, como Dilma tratará esses grupos será definidor do seu próximo mandato.

Porque essa militância histórica que defendia bandeiras ligadas à efetivação dos direitos humanos e os movimentos sociais foram, por vezes, ignorados ou nem mesmo atendidos nos últimos quatro anos. Parlamentares representantes do agronegócio, por exemplo, tomaram litros de cafezinho com bolinhos transgênicos com Dilma, enquanto lideranças indígenas eram atendidas apenas por alguns ministros.

A grande pergunta é: o governo dará o devido valor a esses grupos, empoderando alas do próprio governo que já tentam pautar esses temas na agenda e atendendo às reivindicações ou continuará levando-os em banho-maria ou ignorando-os em nome da governabilidade – uma palavra tão vazia quanto casuísmo, oportunismo e hipocrisia?

Menos da metade das terras indígenas foram regularizadas e, pelo menos 30 delas, estão com processo pronto, mofando em cima da mesa enquanto esperam a canetada presidencial.
A reforma agrária parou – o que vemos é um simulacro que obedece mais ao calendário eleitoral do que a necessidade de trabalhadores rurais.

O governo não tem conversado devidamente com comunidades tradicionais e, tendo Belo Monte como laboratório, planeja alterar para sempre o ecossistema do rio Tapajós com um rosário de usinas sem entender e ouvir quem mora por lá.

Ao atender aos pedidos de movimentos sociais apenas em momentos de pressão (pré-Copa e eleições), o governo federal evitou desenhar uma política de moradia que não passe apenas pelo acesso ao financiamento, mas promova uma verdadeira reforma urbana, tentando tirar da Constituição a teoria da função social da propriedade.

Isso sem contar a inexistência de uma política decente de promoção da diversidade e combate à homofobia, apesar dos reiterados pedidos dos movimentos sociais.

Ou uma fuga louca do debate quando organizações sociais põem na mesa a ampliação dos direitos reprodutivos.

E uma subserviência completa, para a tristeza de sindicalistas não-pelegos, quando o assunto é responsabilizar financiadoras de campanhas, ops, empreiteiras, pelas péssimas condições dos operários da construção civil.

Enfim, a lista é longa.

Gilberto Carvalho disse que o governo sabe que, a partir de 2 de janeiro, esses militantes e esses movimentos sociais vão, com toda a justiça, cobrar a fatura para ver essas pautas saindo do papel.

Caso o governo resolva mudar sua postura, quer dizer que o segundo turno levou a uma guinada à esquerda. Isso não significa acirrar os ânimos ou criar cisão. Desde quando um governo conciliador tem que ser um governo que ignora os direitos fundamentais? Ou que não garante serviços públicos de qualidade e não promove uma boa reforma política? Pelo contrário, seria um governo que garanta a todos e todas um quinhão de dignidade há muito negado. Para os que votaram em Dilma, para os que votaram em Aécio.

Muita gente que tem experiência em Brasília duvida disso e diz que Dilma colocará a culpa no Parlamento, mais conservador. Mas a questão para esses movimentos e essa militância não é o governo federal tentar e conseguir pouco e sim nem tentar.

Mas o ministro Gilberto está enganado. Não é a partir do início do ano que vem que essa pressão vai acontecer. Encontrei-me, neste domingo, com Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que é a liderança do principal movimento social deste país hoje em termos de centralidade da pauta, mobilização e visão de atuação na minha opinião. Um movimento com uma pauta antiga, mas que sabe se comunicar e influenciar a disputa simbólica da narrativa, pela mídia, pelas redes sociais, de uma forma nova. Também conversei com lideranças LGBTT e indígenas ao longo do dia de ontem.

A pressão começa agora.


Las miradas internacionales sobre Evo y Bolivia ¿Retórica de izquierda, economía de derecha?

Ideas reproduce los artículos publicados en El País, The Guardian y Financial Times que versan sobre Evo, Bolivia y su modelo económico.

  •  Ideas, redacción central
"Las miradas forman parte del espectro de percepciones que circulan en el mundo respecto de Bolivia, su modelo económico, y del presidente Evo Morales”.

"La Bolivia de Morales ha conocido en la última década la racha de mayor expansión capitalista de su historia”, afirma el periodista Miguel Ángel Bastenier, en El País. "Evo deberá enfrentar el fin del boom de los commodities”, sostiene a su vez el especialista John Paul Rathbone, en el  Financial Times.   

Las miradas forman parte del espectro de percepciones que circulan en el mundo respecto de Bolivia, su modelo económico, y  sobre el presidente Evo Morales, las cuales se actualizaron con las elecciones del pasado 12 de octubre, en las que éste fue reelecto para un tercer mandato.

En estas páginas, Ideas difunde los artículos  publicados en El País, The Guardian, Financial Times, entre otros. Dos de los puntos de análisis que se vislumbra en las consideraciones  de los especialistas,  además del modelo económico, son: el discurso del Gobierno versus su real práctica, y si Morales buscará perpetuarse en el poder.  

Bastenier sostiene al respecto de lo primero, que el presidente Morales "maneja una revolución solo retórica y únicamente étnica”. Sobre lo segundo, el escritor Martín Caparrós en una conversación con Martín Sivak -autor de la biografía Jefazo- reproduce una frase de Sivak, quien afirma que   a Morales  le tocará elegir "entre su promesa (‘Nunca habrá borrachera de poder’) y los que lo quieren para siempre en el Palacio Quemado”.
 
La cancha inclinada de Evo Morales

Por: Miguel Ángel Bastenier, publicado en El País, el 14 de octubre.

El presidente boliviano Evo Morales lo quería TODO, así con mayúsculas, y todo ha conseguido si acaso con caligrafía más modesta. Quería pasar del 70% de voto popular, mejorando sus resultados anteriores (2006 y 2010), y quedará a tres o cuatro puntos de las últimas presidenciales, cuando obtuvo el 64%; logrará los dos tercios de escaños en la Asamblea Nacional para gobernar sin oposición, y si no ha cumplido su objetivo de vencer en las nueve regiones del país -perdió solo en Beni- ha triunfado en Santa Cruz, motor económico y empresarial del país, antaño gran bastión opositor. El politólogo Fernando Molina lo ha calificado de "fin de la polarización” entre indonacionalistas y élites que habían gobernado Bolivia los siglos anteriores. Sólo le falta para completar tan majestuoso copo hacer que se apruebe la reelección indefinida, como el desaparecido Hugo Chávez en Venezuela y posiblemente Rafael Correa en Ecuador.

Esa puede ser la explicación, aparte del ego inflado de tanto éxito, de lo que se ha llamado la política de la "cancha inclinada”, de la que el Presidente podría haber prescindido para ganar sin problemas. Así se designa un campo de juego en el que el rival tiene que jugar cuesta arriba y el local se desencadena hacia abajo. La  inclinación  consiste en la utilización de recursos públicos, medios de comunicación, inauguración de obras en televisión, generosidades de última hora, como un nuevo aguinaldo anual para mayores de 60 años que perciban la renta dignidad, y todo un reparto de la riqueza, aunque por vía básicamente asistencial.

El Presidente, que gobierna en nombre de una Bolivia plurinacional de indígenas, mestizos y eurodescendientes, pero sobre la base de que el indio ha vuelto a reclamar lo que tenía y le arrebataron los españoles, maneja una revolución sólo retórica y únicamente étnica. Si en la Venezuela fundadora del bolivarianismo no cesan de proclamar la próxima domesticación del capitalismo, y en Ecuador el presidente Correa está cada día más enfadado con las grandes compañías occidentales, la Bolivia de Morales ha conocido en la última década la racha de mayor expansión capitalista de su historia, bien que haciéndole pagar por los hidrocarburos lo que los Gobiernos criollos jamás osaron limosnear; con el remate de un crecimiento del PIB de 9.500 millones de dólares en 2005 a 33.000 millones en 2013.

Esta Bolivia ha volcado en gasto social más de 8.000 millones de dólares en esos años; multiplicado por 10 o más los ingresos por exportación de combustible; creado una incipiente clase media que se le mantiene fiel, y convencido a la clase empresarial cruceña de que con su Gobierno le va a ir aún mejor. Si Nuestro Señor y la Pachamama lo tienen a bien, Morales será el Jefe de Estado más longevo de la historia, cuando menos de la democrática del país (2006-2020).

En su discurso de exaltación de la victoria el Presidente volvió a hablar, sin embargo, de futuras nacionalizaciones, que hasta hace unos años solemnizaba anunciando alguna cada 1 de Mayo. Pero puede que sea sólo un brindis al sol. Con todo su griterío antiimperialista y homenaje al castrismo fundacional es por su construcción de una nueva Bolivia por lo que Evo arrasa.

Evo deberá enfrentar el fin del boom de los commodities

Por: John Paul Rathbone, publicado el 14 de octubre en el Financial Times.

Después de cambiar la Constitución para poder presentarse nuevamente como candidato, Evo Morales acaba de obtener su tercer mandato como presidente de Bolivia con un triunfo aplastante. El ex líder sindical consiguió el dominio mayoritario del Congreso. También domina el Poder Judicial, por lo que consolidó el control del país. Por lo tanto, cualquier éxito o fracaso en los próximos cinco años será sólo de Morales. El mayor interrogante es si en cinco años buscará otra reelección.

Hay varias razones que explican porqué este próximo mandato será más difícil que el último. A Morales normalmente se lo asocia al grupo de países latinoamericanos ALBA, dominado por Venezuela y Cuba. Sin embargo, hay que decir que el Presidente de Bolivia condujo la economía mucho mejor que la mayoría de sus pares de izquierda. Y lo que es verdaderamente importante, comprendió que una macroeconomía sólida le otorgaba la autonomía que le permitía fanfarronear frente a capitalistas e imperialistas cuando quisiera. Con esa retórica consiguió apoyo popular en su país. También le brindó protección política para formar alianzas más estrechas con el sector privado. Dependiendo del punto de vista, ésta fue una política inteligente, o son señales incipientes de la "democracia administrada” característica de algunos otros países dominados por los commodities, como Rusia o Venezuela.

Pero ahora se está desvaneciendo el auge de los precios de los commodities. Eso dañará el valor de las exportaciones mineras de Bolivia. Morales también necesita más inversión, que a sólo 19% del PBI sigue siendo baja. El mayor atractivo para los inversores son las reservas de gas natural que tiene el país. Pero la revolución del shale gas en Estados Unidos, las reformas del sector energético de México, y hasta las enormes reservas de shale gas que posee Argentina limitarán el relativo encanto de Bolivia. Morales podría enfrentar un malabarismo financiero más complicado.

Hasta ahora, el boom de las materias primas ayudó al gobierno de Morales a financiar algunos de los impresionantes avances sociales. Sin embargo, no son logros únicos de su país; en el resto de la región también disminuyeron la pobreza y la desigualdad durante la década pasada. La cuestión es si se pueden sostener económicamente.

Luego está la política: ¿Morales va a dar un paso al costado en 2020, o querrá otro mandato? Desafortunadamente, el fin del auge de las materias primas en América Latina coincide con una simultánea erosión de los frenos y equilibrios constitucionales: "continuismo”, y no "populismo” es la palabra que se escucha allí. El Partido de los Trabajadores de Brasil hace 12 años que está en el poder y busca otros cuatro en el balotage de este mes. Cristina Fernández, ya sea como presidenta ella misma o como primera dama, gobierna Argentina hace 12 años; el Partido Socialista venezolano está en poder hace 16 años; y para finales de su mandato, Morales habrá acumulado 15.

Comparado con el optimismo que en los 80 posterior a la transición democrática en la región, ésta es una tendencia potencialmente preocupante.

Evo prueba que el socialismo no arruina la economía

Por: Ellie Mae O’Hagan, publicado en The Guardian, el 14 de octubre.

El socialista Evo Morales, que hace unos días fue reelegido para un tercer mandato en Bolivia, ha sido por mucho tiempo motivo de la burla de los medios del hemisferio norte. Así como el desaparecido Hugo Chávez fue frecuentemente representado como un payaso populista cuyos discursos antinorteamericanos disfrazaban su incompetencia. De esta forma, las noticias de su aplastante victoria se enfocaron en que era "una victoria del antiimperialismo”, como si el sentimiento antinorteamericano fuera la única pauta de sus ocho años de su gobierno.
En realidad es más probable que la popularidad de Morales sea el resultado de las extraordinarias reformas socioeconómicas que ha impulsado, las que -de acuerdo al New York Times- han transformado la economía boliviana de un caso perdido a un modelo que recibe elogios incluso de inesperadas instituciones como el Banco Mundial y el Fondo Monetario Internacional, una ironía considerando que el éxito de este país es el resultado de una administración socialista que rechazó las recomendaciones del FMI desde el primer día (...).
 
Es así que la reelección de Morales era obvia: a la gente le atrae la seguridad económica, de manera que si alguien reduce la pobreza es probable que voten por él.
 
Es cierto que Evo hizo muchos enemigos dentro de la Casa Blanca, pero probablemente esto tiene menos que ver con la retórica que con el hecho de que él haya demandado internacionalmente la legalización de la hoja de coca, que es masticada por muchos bolivianos como parte de su cultura, pero que también es convertida en cocaína (...).
 
Con todo, no sería correcto decir que todo en el gobierno de Evo Morales es perfecto. A principios de este año, su gobierno recibió críticas de organizaciones de derechos humanos por bajar la edad para el trabajo infantil a los 10 años. Sin embargo, lo que estas organizaciones ignoraron es que el Gobierno boliviano había sido presionado por campañas de los propios sindicatos de trabajadores infantiles (Unatsbo), que sostenían que la legalización de la edad para trabajar es el primer paso para proteger a los más de 850 mil niños trabajadores de la explotación que proviene del trabajo clandestino. Con todo, ésta tendrá que ser una de las prioridades para su nuevo mandato. No hacerlo sería un error para un proyecto progresista. 
 
Además, en términos sociales, Evo ha recibido el pedido del defensor del Pueblo de Bolivia, Rolando Villena, para legalizar las uniones del mismo sexo. Asimismo, tendría que imitar la decisión del presidente uruguayo, José Mujica, sobre la despenalización del aborto, para disminuir los altos índices de mortalidad materna. Finalmente, Morales también debe enfrentar las críticas de los líderes indígenas que lo acusan de haber fallado en sus compromisos por defender los derechos de los indígenas y al medio ambiente.

Haga lo que haga en este tercer mandado, lo hecho hasta ahora por este Presidente es sobresaliente. Ha desafiado la sabiduría convencional, que sostenía que las políticas de izquierda dañaban las economías y que las clases trabajadoras no pueden conducir exitosamente una economía. Él lo hizo enfrentando la presión del FMI, de la comunidad internacional y del Gobierno de EEUU. En el éxito de Morales se pueden encontrar importantes lecciones políticas y, posiblemente, todos podamos aprender de él
 
Puntos de vista
 
Flavio Machicado S.   Economista
 
 "Se vislumbra  el espejismo del crecimiento”
 
 Hay no más el espejismo del crecimiento de la economía. Lamentablemente la gente ni siquiera los organismos internacionales se han preocupado de calcular exactamente bien qué es lo que significa.
 
Si la economía ha crecido al 5% en nueve años -la economía real, o sea la cantidad de bienes y servicios efectivos-, no pudo haberse triplicado como sostiene el Gobierno. El crecimiento no puede ser mayor al 50%.
 
Entonces, ¿qué es lo que hace el Gobierno? Utiliza el concepto de PIB nominal, que es el valor de la producción, que es simplemente el incremento de los precios y no de los bienes. En consecuencia toda la gente piensa que lo que se han triplicado es el PIB real. Y el Gobierno, claro, habla de PIB nominal, ¿y quién sabe qué es PIB real y PIB nominal? Sólo un profesional.
 
En consecuencia lo que se ha aumentado es el precio, el valor de la producción. Eso es lo que hace pensar a la gente que hubo un gran milagro, que no es tal.
 
El crecimiento de la economía no es de forma permanente, sino que unas veces es más y otras veces no. Ahora, el 2008,  la irrupción de San Cristóbal en la economía significó el incremento del  50% del PIB de ese año, porque irrumpió  con una cantidad brutal de minerales. El otro fenómeno es que los otros incrementos es la sobreexplotación de los yacimientos gasíferos, más allá de lo que  aconsejable. Entonces, han acelerado la producción, que es algo muy peligroso porque da lugar a un agotamiento prematuro de  yacimientos.
Eso ha provocado una mayor demanda, que es  otro de los factores de crecimiento. Entonces, no hay una base real que pueda justificar el entusiasmo que tiene el Gobierno en materia económica... y en consecuencia el círculo que hay es perverso. No es un círculo virtuoso. Es muy complicado si es que los precios de las materias primas se caen en algún momento.

Una tercera vía andina
 
Por: Alicia González, publicado en El País el 13 de octubre.

Si uno repasa la  hoja de servicios  macroeconómicos de Bolivia en los últimos años, no podría menos que equiparar al Gobierno de Evo Morales con la más pura ortodoxia económica. La economía boliviana crecerá un 5,2% este año, después de alcanzar un 6,8% en 2013; su balanza por cuenta corriente exhibe un saludable superávit del 3,3% del PIB; las cuentas públicas arrojaron un saldo positivo del 1% el año pasado y algo parecido se prevé para éste, y la deuda pública se situó en el 32,6% en 2013. Al mismo tiempo, la pobreza se ha reducido del 60% de la población en 2006 al 45% en 2011, según el Banco Mundial.
 
Es el Modelo Económico Social Comunitario Productivo de Evo Morales, una especie de tercera vía que el líder boliviano parece querer imponer para uno de los países más pobres de América Latina. Un modelo alejado del desastre económico y social venezolano pero manteniendo una clara distancia con la inversión extranjera y el sector empresarial, más en la línea seguida por Ecuador. Una ecuación que se sostiene sobre la base de unos suculentos ingresos por la exportación del gas -3.670 millones de euros entre enero y septiembre-, aupados por la fuerte demanda de materias primas de China y la estabilidad que arrojan los contratos con Brasil y Argentina, explotados a través de Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) con escasas interferencias políticas. "Hay un discurso político muy radical que poco tiene que ver con su política económica”, apunta Gonzalo Garland, economista de IE Business School.

Un equilibrio complicado y con muchas complicaciones para el futuro. "Morales tiene que consolidar lo logrado en el ámbito de la disciplina económica y fiscal y lograr la explotación de los yacimientos de hierro y litio, una decisión que lleva tiempo parada por sus recelos frente a la inversión extranjera”, advierte Carlos Malamud, investigador principal de América Latina del Real Instituto Elcano. Sin esas inversiones, será difícil avanzar en los planes para reindustrializar el país, que el Gobierno ha anunciado de forma genérica para 2025, invertir en infraestructuras y avanzar hasta ser considerado una economía emergente "porque Bolivia ni siquiera está ahí”, advierte Ramón Casilda, consultor estratégico para América Latina. "Por ahora, desarrolla una economía de bajos salarios y basada en el comercio de materias primas. 
 
Pero tiene que apostar por la educación y por el desarrollo tecnológico para poder competir con otros países más avanzados. O corre el riesgo de caer en la trampa del crecimiento”.
Nadie ha hablado de los planes educativos durante la campaña, donde sí han sido varios los guiños al sector empresarial, hasta sellar una especie de paz con los empresarios de Santa Cruz, la provincia más rica y más dinámica del país. No se espera una nueva oleada de nacionalizaciones, como las llevadas a cabo en 2006, aunque la reciente ley de servicios financieros, que obliga a los bancos a facilitar el crédito para vivienda a determinados grupos, suscita algunos recelos. "Habrá que ver si las promesas electorales se cumplen”, remata Casilda.
 
Evo Morales: la tentación de uno mismo

  Por: Martín Caparrós, publicado el 14 de octubre en El País.

Debe haber un momento en que miran alrededor y piensan: pobrecitos, qué sería de todos ellos si no estuviera yo. O, incluso: qué habría sido de todos ellos si yo no hubiese estado. O, si acaso: qué será de todos ellos cuando yo ya no esté. O quizá piensen ay, qué duro ser el único que. O tal vez, quién sabe: ¿por qué será que solo yo lo puedo? Lo cierto es que, piensen lo que piensen, creen que el Estado -de las cosas, de los cambios, de su ¿revolución?- son ellos y que sin ellos nada. Entonces, se contradicen en lo más hondo y ceden gozosamente a la tentación de sí mismos.

La novela de dictador fue un clásico de la literatura hispanoamericana durante décadas, entre los veintes del  Tirano Banderas  y los setentas del  Otoño del patriarca, pasando por  El señor presidente y  Yo el supremo. Pero ya no se escriben; ahora, en América Latina, la figura del dictador tradicional ha sido reemplazada por la realidad del presidente democráticamente elegido que no soporta la idea de dejar de serlo.

El  comandante Chávez  iba para los 20 años, el  doctor Correa  va para un mínimo de 10, el matrimonio  Kirchner  -donde el concepto de hombre fuerte fue reemplazado por la pareja fuerte- para 12, el ex Uribe perdió su intento cuando ya había hecho ocho. Nadie quiere bajarse. Pero hay uno que, en principio, parecía inmunizado: un campesino boliviano, aborigen, dirigente de sufridos cocaleros, un muchacho curtido en mil peleas que conocía el valor del colectivo. Hasta que, inesperadamente, se transformó en Presidente hace ocho años y lo hizo con tanto éxito y soltura que nunca más quiso dejarlo. Hoy, 12 de octubre, Bolivia podría convertirlo en el Presidente más persistente de su historia. Hace unos días se publicó su mejor biografía,  Jefazo  (Debate), del argentino Martín Sivak, que ya fue traducida al inglés, francés, chino e italiano.

-Su relación con el poder es sacrificial.

Me dice Sivak, y que Morales no se toma vacaciones, que no tiene días libres ni vida familiar, que vive al borde de sus posibilidades físicas.

-Pero, aun así, no se planteó dejar su lugar a otro. ¿Por qué?

-Bueno, para estas elecciones tenía excelentes condiciones para hacerlo. Entre el  boom  económico que sus medidas produjeron, las grandes mejoras sociales, su popularidad y la pobreza de la oposición, podrían haber impuesto un candidato nuevo.
-¿Y por qué no lo hizo?

Sivak conoce a Morales desde sus años pobres, cuando, a veces, de visita militante en Buenos Aires, le pedía dormir en su sofá.

-No lo sé. Recuerdo de aquellas conversaciones, antes de ganar la elección de 2005, y también después, una frase suya: "Nunca habrá borrachera de poder”. Ahora, en campaña, ha dicho que en 2020 se irá a su casa. Los más obsecuentes pedirán el cambio de la Constitución para introducir la reelección indefinida. Así que a él le tocará elegir entre su promesa y los que lo quieren para siempre en el Palacio Quemado.

Hay un punto que Sivak insiste en subrayar: Que desde que Morales es presidente, Bolivia es un país más justo y más democrático:

-Pero esa democratización no se tradujo en el modo en que el Ejecutivo gobierna: Morales no impide la propagación del evismo y concentra todas las decisiones, desde las negociaciones con YPFB - Repsol hasta el menú de sus custodias.

Porque una cosa, parece, es invocar al pueblo, y otra confiar en lo que él haga.
 
 

Bolivia/ Alejandro Almaraz: El triunfo del MAS no le acredita ser revolucionario

El que fuera una de las personalidades más notorias del MAS (en 2011) propone el debate en sentido de que el oficialismo, pese a su triunfo, también perdió lo suyo. ‘Allí antes que disidencias lo que hay es descomposición’, afirma.  
 
 
La Razón (Edición Impresa) / Iván Bustillos Zamorano / La Paz
00:03 / 26 de octubre de 2014
 
Alejandro Almaraz fue candidato a senador de Cochabamba por el Partido Verde de Bolivia (PVB). Desde antes fue uno de los más notorios disidentes del Movimiento Al Socialismo (MAS) que en 2011 se alejaron del gobierno de Evo Morales. En el manifiesto Por la recuperación del proceso de cambio para el pueblo y con el pueblo (junio de 2011), los disidentes planteaban que lo único que quedaba al gobierno del MAS era la “reconducción” del proceso de cambio. Hoy, inserto en el PVB y cuando este joven partido está a punto de perder su personería jurídica, porque obtuvo menos del 3% de los votos válidos el 12 de octubre, Almaraz dice que lo del PVB más bien hay que verlo como un triunfo, que esto apenas empieza y que la disidencia en el MAS hoy es más extendida de cuando él dejó el partido, que, pesando bien las cosas, el MAS también salió lastimado de la contienda electoral.

— ¿En verdad, quiénes perdieron el 12 de octubre?

— En la política, como todo en la vida, se pierde o se gana en función de una expectativa. Si el Real Madrid juega con el Aurora y empata, en realidad pierde, y Aurora gana; esto también se aplica a la política, a las expectativas de los actores, y en este caso a las posibilidades que la sociedad y cada actor político se asignan en el proceso electoral; en ese sentido, para el MSM realmente el resultado es de una frustración, de un contraste; y para el Partido Verde, por el contrario, es un buen resultado, porque nuestras expectativas básicamente eran las de constituir un nuevo referente político de la izquierda. Y eso efectivamente se ha conseguido.


— ¿Y el triunfo del MAS?

— Considero que el resultado es francamente malo para el partido de gobierno; no solo porque no ha cumplido la expectativa proclamada pública y reiteradamente por el mismo Presidente, de superar el 70%, sino que es evidente que una cantidad muy importante de bolivianos que votó en las anteriores elecciones por Evo Morales, lo ha dejado de hacer. Y las irregularidades del proceso electoral, con indicios muy serios de fraude, nos plantean la posibilidad de que la disminución de votos no sean solamente tres puntos, sino de bastantes más. Con recursos oscuros de la ilegalidad y del fraude el MAS está alcanzando dos objetivos indispensables para reproducir su esquema autoritario y concentrador de poder: los dos tercios en la Asamblea Legislativa y la eliminación de las alternativas de izquierda.

— ¿La izquierda? ¿Pero y es que el MAS no representa a la izquierda, aunque fuera ‘otra izquierda’?

— No, no es (de izquierda), muy claramente no lo es. El viraje político que ha experimentado en su segunda gestión de gobierno es suficientemente radical, severo, como para haber situado al MAS en el campo de la derecha. Esto entendiendo que mientras la izquierda lo es por postular transformaciones en el sentido de la igualdad social, la derecha lo es por ponerse del lado de la conservación del estado de cosas, de la continuidad en el estado de cosas.

— A uno no se le juzga por lo que dice ser, sino por lo que hace...

— El MAS es una derecha disfrazada, cuyo disfraz le da precisamente su fuerza; es una derecha que utiliza la fuerza de la izquierda para imponerse y para ahogar el cambio. Yo lo he dicho varias veces: el MAS está aplastando las demandas populares con su propia fuerza, con la propia fuerza de las demandas populares.

— Pero apoyo-apoyo tiene el MAS; primera fuerza en Santa Cruz, tampoco se puede cerrar los ojos...

— Sí, indudablemente, pero un detalle: yo no sé si ha ganado en Santa Cruz, son cientos las mesas impugnadas, la diferencia (con el segundo) es de menos de diez puntos; pero recuerde que no siempre es la izquierda la que concita el apoyo electoral mayoritario; al contrario, es más frecuente que el apoyo mayoritario lo tenga la derecha; en todo caso, el apoyo mayoritario que aún conserva el MAS no le acredita un contenido de izquierda o un contenido verazmente revolucionario.

— Usted fue parte de los disidentes por la reconducción del MAS. Con el nuevo triunfo electoral masista ¿ha fracasado la disidencia?

— No es que ha fracasado, todo lo contrario: la disidencia en el MAS en realidad se está masificando; en muchos casos no se traduce en un posicionamiento explícito o en una ruptura, como fue con nosotros, pero se está produciendo disidencia; más que disidencia, malestar generalizado, resquebrajamiento interno.

— Pero contradicciones internas hay en todo partido...

— No solo hay contradicciones o disidencia, en muchos casos socapada y reprimida, sino, más que eso, hay una problemática interna que da cuenta de una cierta descomposición. Ahora, la disidencia no es unívoca, no va siempre en el mismo sentido; hay disidentes y disidentes, pero creo que sí una parte cualitativamente importante de quienes hemos sido parte del MAS y del primer gobierno de Evo Morales, estamos compartiendo el desafío de construir un nuevo proyecto político, rescatando esos objetivos históricos que abrieron el proceso de cambio y que lo llevaron a Evo Morales al gobierno y que han sido traicionados por el segundo gobierno de Morales.

— El MSM debió ser uno de los partidos más institucionalizados, más ‘partido’ que todos, pero parece que éste ya no es el tiempo para este tipo de partidos, sino que la política es aquella de los movimientos sociales.

— No conozco cómo ha sido la vida interna del MSM, pero sí es cierto que desde los primeros años de este milenio se hizo evidente las limitaciones muy grandes del sistema político y de partidos para representar una sociedad como la boliviana, que es marcadamente heterogénea; es un desafío hacia adelante, optar por formas de organización política más democráticas, más participativas, pero habrá que hacerlo eludiendo el corporativismo autoritario en que ha caído el MAS, lo que en última instancia suele expresarse en el loteamiento del aparato estatal y también en una suerte de loteamiento programático: los cooperativistas mineros deciden sobre la política minera; los contrabandistas abierta o encubiertamente influyendo sobre la política de comercio exterior...

— O sea, si el MSM fracasó, y acaso es el mismo caso del PVB, es porque al MAS no se le peleó en su terreno, los movimientos sociales.

— Con absoluta seguridad que sí; coincidimos con esa percepción, no solo por el tema electoral, sino para definir los espacios fundamentales de la construcción política; si nosotros hemos concurrido con el Partido Verde a las elecciones, lo hicimos interpretando que el espacio electoral es uno complementario de los espacios fundamentales para la construcción política, de un nuevo proyecto político, (espacios) que son los de las luchas sociales; es ahí en que no solamente se le ha de poder ganar al MAS, sino que se va a poder recomponer la fuerza social necesaria para reabrir el proceso de transformaciones auténticamente orientado hacia la transformación profunda, estructural de la sociedad y el Estado.

— El exdiputado Fabián Yaksic dice que si el MAS ha ganado es porque la gente quiere estabilidad, en vez de un cambio.

— Parcialmente es así, que la gente haya votado por la estabilidad, pero no porque no quiera el cambio, sino porque ante la imposibilidad de relanzar de inmediato el cambio por lo menos quedarse con la estabilidad; con una administración económica, que si bien no está transformando el país, por lo menos no está significando un deterioro generalizado de las condiciones de vida. No es que en general haya una mejora importante en las condiciones de vida de la sociedad, lo que diría es que no hay un empeoramiento; tal vez algunos sectores tienen algunas mejoras, pero para los sectores populares y mayoritarios de nuestra sociedad las mejoras son en todo caso pequeñas, mientras que para sectores tradicionalmente privilegiados y concentradores de la riqueza, como la banca, la agroindustria y otros empresariales, para ellos sí, es la bonanza.

— Pero ¿no se ha reducido las desigualdades, lo del millón que subió a la clase media…?

— Bolivia, a juicio, no de la oposición sino de la muy prestigiada Universidad de La Plata (ULP), la misma que le ha dado el Honoris Causa a (Álvaro) García Linera, es el campeón latinoamericano, o americano, de la desigualdad social, y no es el criterio aventurado de algún académico, sino es el resultado de un programa que viene ejecutando hace varios años de manera sistemática y científica en el sentido de la medición de la desigualdad social. Para la ULP el 2013 Bolivia desplazó primero a Honduras y luego a Brasil en la punta de la desigualdad, en un continente que a su vez es el más desigual del mundo.

Vargas simboliza la independencia indígena frente al MAS 

Para el que fue candidato por el Partido Verde, Alejandro Almaraz, el dirigente del TIPNIS Fernando Vargas antes que una mera disidencia indígena del Movimiento Al Socialismo, más bien es la auténtica autonomía indígena frente al oficialismo.

— Se dice que Fernando Vargas es la disidencia indígena del MAS... 

— Yo dudo de la pertinencia de interpretar a Fernando Vargas y al movimiento indígena que representa como una disidencia; el movimiento indígena de tierras bajas nunca se consideró parte del Instrumento Político, siempre fue invitado, convocado, siempre se lo trató de incluir. Yo mismo, en aquellos primeros años de construcción del Instrumento Político asumí la tarea de este acercamiento, y su respuesta fue muy clara y creo muy lúcida: fue la de situarse como aliados estratégicos de ese Instrumento Político.

— Un poco mantener la distancia...

— Su idea era no incluirse, no perder autonomía; tener una alianza que permitiera la acción conjunta, la construcción de una perspectiva histórica conjunta o, mejor dicho, la proyección política de esa condición histórica común; pero siempre manteniendo la independencia, la autonomía; y es esto lo que Evo Morales no les ha perdonado: no integrarse subordinadamente, (para el MAS) la integración significaba subordinación; sino más bien haber mantenido una autonomía que les permitiera discrepar y hacer valer la discrepancia. Eso es lo que representa Fernando Vargas, la persistencia de esa actitud autónoma del movimiento indígena de tierras bajas; más que hablar de una disidencia, se trata de la terca persistencia de su autonomía.

— ¿Qué será del Partido Verde?

— En lo inmediato haremos todo lo que podamos contra el fraude, porque nosotros hemos denunciado de manera concluyente varios indicios. Pensamos que ese fraude así como puede haberlo subido algunos puntos al MAS, puede habernos bajado a nosotros, de manera que ese 2,7 que tenemos en la votación para presidente podría en la realidad ser más del 3%, y ese 4% que tenemos en la votación para diputados uninominales podría ser un 5%. Lucharemos para que a la luz de esos datos y de su interpretación recta, de acuerdo a la norma, no suponga la pérdida de personalidad jurídica, que es el apetito abusivo, autoritario, del partido de gobierno. Esperamos la convergencia con muchos otros bolivianos.

Perfil
Nombre: Luis Alejandro Abel Almaraz Ossio
Nació: 19-07-1961
Profesión: Abogado
Cargo: Excandidato del Partido Verde de Bolivia
Partido
Almaraz define lo que pretende debe ser una organización política: “Queremos poner en práctica estructuras organizativas que también sean transformadoras, sin caudillismos, sin verticalismos, de una manera más horizontal, logrando más participación de la gente.



domingo, 26 de octubre de 2014

La conflictividad minera en Bolivia (2010-2014)

Más allá de los temas puntuales, todos los autores coinciden en que las crónicas deficiencias institucionales del Estado contribuyen a generar conflictos en el sector minero.
La Razón (Edición Impresa) / Jimena Avejera Udaeta

00:02 / 26 de octubre de 2014

Si bien, en comparación con otros tipos de conflicto, los casos mineros no son los más numerosos (4 % del total, entre 2010 y 2014), su cantidad se ha ido incrementando en el tiempo. Además, presentan importantes niveles de violencia, no solo por la radicalidad de las medidas de presión, sino también porque en repetidas oportunidades se han producido enfrentamientos entre partes.

La Fundación UNIR Bolivia ha solicitado a profesionales de reconocida trayectoria el análisis de diferentes temas, intentando ofrecer un panorama plural y multidisciplinario sobre la situación actual de la minería y sus dinámicas de conflictividad. Estos aportes forman el libro La veta del conflicto. Ocho miradas sobre conflictividad minera en Bolivia (2010-2014), recién publicado. Participan en el texto: María Soledad Quiroga, Eliodoro Sandi, Alejandro Arze, Dionisio Garzón, Pablo Poveda, Carlos Arze y Emilio Madrid.

Coyuntura de altos precios internacionales de los minerales. Prácticamente todos los autores han apuntado este elemento como nuclear para entender lo que viene ocurriendo en el sector en términos económicos y políticos durante los últimos años. Se constituye en el principal motivo para llevar adelante emprendimientos de explotación minera y, por tanto, sería una de las principales causas del incremento de la cantidad e intensidad de conflictos mineros, particularmente los generados por el control de áreas de explotación, pero también de otros, como los vinculados con el impacto ambiental de la minería.

A pesar de la visible desaceleración que presentan, a criterio de algunos autores, los precios continuarán relativamente elevados, manteniéndose el impulso a la explotación y, por tanto, los conflictos.  No obstante, esto no quiere decir que cuando los precios caigan más se reducirán los conflictos. Por el contrario, los impactos que esto generará en los ingresos de los distintos subsectores y en el empleo, solo por mencionar las consecuencias más directas, fomentarán la emergencia de nuevos casos.

Asimismo, existe coincidencia en analizar por separado el comportamiento del oro y el de otros metales o minerales. El precio del primero, por su relevancia para las reservas internacionales, es altamente sensible y se mantiene elevado aun en épocas de crisis, lo que deriva en un mayor interés en su explotación; más todavía con las facilidades que parecen existir para hacerlo. Esto ha influido en el desarrollo de conflictos en yacimientos de oro, particularmente desde 2012.

VIOLENCIA. Pugna por áreas de explotación minera. La mayoría de los autores coincide en que éste es el motivo de conflicto más frecuente y más intenso en el período, lo que se puede corroborar a partir de los datos de la Fundación UNIR Bolivia. Entre las características de estos casos figura la violencia, dado que implican la ocupación física de los predios en disputa y la regularidad de su ocurrencia muestra que las causas de fondo que los promueven no están resueltas. Además de los elevados precios de los minerales en el mercado internacional, algunos de los autores señalan que la ampliación de los derechos territoriales de ciertos grupos y la facilidad de explotar artesanalmente los yacimientos, son también elementos a tener en cuenta en el análisis de las causas que dan lugar a estos conflictos.

Impacto ambiental y derechos de los pueblos indígenas. El impacto ambiental de la minería es otro eje de los conflictos; uno de los motivos frecuentes es la contaminación de fuentes de agua. Estos casos suelen reactivarse con regularidad, principalmente porque no se atienden las causas que los originan debido, entre otros factores, a la complejidad técnica y económica que esto implica. Aunque no son los únicos grupos perjudicados, los efectos negativos de la minería están generando movilizaciones sociales de pueblos indígenas.

Este último tema se aborda desde dos perspectivas. Por un lado, se analiza el derecho a la consulta previa como un detonador de conflictos, dado que implica la participación de actores diversos en la toma de decisiones y los procesos que esto conlleva no son siempre expeditos, y —al menos en discurso— legitima las acciones y demandas de los actores involucrados en los conflictos, respaldados en el derecho a la libre determinación sobre sus territorios y los recursos naturales. Por otro lado, se generan conflictos vinculados con el incumplimiento de tales derechos constitucionalmente establecidos (consulta previa, gestión territorial, derecho a un medio ambiente sano, defensa de su visión de desarrollo, participación en proyectos de distinta índole).

El rol del Estado: características estructurales y políticas actuales. Más allá de los temas puntuales mencionados, todos los autores coinciden en que las crónicas deficiencias institucionales del Estado contribuyen a generar conflictos en el sector minero. Esto abarca múltiples aspectos; por ejemplo, Carlos Arze se refiere a la (in)eficacia estatal en los diferentes niveles para la adecuada atención de la problemática laboral; Poveda habla de las dificultades en la fiscalización de la explotación de minerales, particularmente del oro; Madrid y A. Arze abordan las debilidades existentes para reparar daños ambientales acumulados de la minería y la prevención de futuros impactos negativos, además de los problemas en la gestión de los conflictos.

LEGISLACIÓN. Por otro lado, la mayoría de los autores se ha referido a las políticas (sub)sectoriales actuales, particularmente a la nueva Ley de Minería. Existe coincidencia en afirmar que prevalecen las medidas favorables para el cooperativismo, aunque la productividad de este subsector parece ser de todas maneras baja, lo que se explica en parte por su precariedad tecnológica. En cuanto al subsector estatal, se ha señalado que no existen medidas contundentes para expandir ni las inversiones ni la producción, ni para promover empleo masivo en este ámbito. Con relación al subsector privado, como ya se señaló, no existen acuerdos respecto a si las políticas estatales son o no favorables para los operadores.

Particularmente en lo que respecta a la nueva Ley de Minería, los diferentes autores han coincidido en señalar que su aplicación tendrá un rol decisivo en términos de conflictividad; se ha hecho referencia al carácter esencialmente regulatorio de la misma, con procedimientos susceptibles de generar malestares entre actores.

Por lo general, aunque diferentes autores destacan la importancia de la minería en la economía nacional, en un balance parecen también sustentar la necesidad de redirigir algunas de las políticas sectoriales y los impactos negativos que esta actividad está generando. Una reorientación profunda pasaría por transformar el modelo de desarrollo aún vigente en Bolivia, de matriz primario-exportadora. Ello implicaría, entre otros elementos, canalizar los recursos mineros hacia la generación de capacidades productivas y de gestión que permitan potenciar y hacer sostenibles los beneficios de la actividad en cuestión, más allá del ciclo limitado que implica la explotación de minerales. La atención de estos asuntos contribuiría a la transformación constructiva de los conflictos del sector, dado que ésta implica ocuparse de las causas de fondo que los originan.
 
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“Nos dijeron que somos unos indios de mierda y que nos van a exterminar”

“Nos dijeron que somos unos indios de mierda y que nos van a exterminar”
Por Agencia de Noticias Bariloche - Wednesday, Oct. 22, 2014 at 5:15 PM

22/10/2014.- En esos términos, miembros de la comunidad mapuche cuya vivienda fue violentamente allanada este martes, relataron los hechos a ANB. Son investigados por el incendio del refugio Neumeyer. Denunciaron haber sido golpeados y heridos con balas de goma. Se presentaron en Tribunales. Hoy podría haber detenciones.

 Miembros de la comunidad mapuche Coluhan Nahuel se dirigieron hasta Tribunales para denunciar el “maltrato, la agresión y los golpes” a los que fueron sometidos durante un allanamiento en el marco de la investigación por la quema del refugio Neumeyer, del pasado 12 de octubre.

Gendarmería Nacional llegó hasta el barrio Virgen Misionera y luego de varias horas de procedimiento una de las viviendas, comenzaron los incidentes.

Los gendarmes y efectivos policiales vestidos de civil, “irrumpieron” en la vivienda, luego de exhibir una orden de allanamiento de la Justicia Federal. Una niña de 13 años, Betiana, que vive en esa casa relató los hechos a ANB: “Estabámos solos mi hermano y yo. Yo soy menor, y mi hermano no, pero es discapacitado. Entraron de golpe y empezaron a incriminarnos por el incendio al Neumeyer. Nos mostraron la orden, pero no la pudimos leer ni nos dejaron copia. Nos maltrataron verbalmente, y pusieron armas en nuestras cabezas. Después tiraron balas de goma, y mi mamá y mi hermana resultaron heridas”, contó la niña.

“Nos amenazaron con matarnos, con volver y meternos presos a todos, nos dijeron que somos unos indios de mierda y que nos van a exterminar a todos”, relató.

En tanto, Betiana describió que “estaban empeñados en robarme el pañuelo que llevaba en la cabeza, y me arrastraron por el piso, hasta que me lo quitaron. También se llevaron prendas mías. Estaban buscando panfletos, al no encontrarlos se desquitaron golpeándonos”, expresó la menor. Contó que continuamente, “nos culpaban de algo que no hicimos”.

En tanto una de las antiguas referentes de la comunidad y madre de Betiana, María, expresó: “Esto que pasó es como volver al pasado, a la persecución que sufrimos. Nos dijeron que nos van a matar uno por uno, indios de mierda. Nos trataron como terroristas”, esgrimió.

En esa línea, describió que en esa situación “yo no era dueña de mi casa, tiraron y rompieron todo. Esto es una movida política, nos quieren involucrar en algo que no hicimos, quieren volver a castigarnos, a masacrarnos como mapuches”.

Al mismo tiempo, se desvinculó por completo de toda responsabilidad por el incendio del Neumeyer: “Siempre me vieron luchar, pero libre, sin mandarme macanas, siempre como dice la ley”, sostuvo María.

Y en reivindicación de la comunidad, pronunció: “Como mapuches estamos cansados de pedir disculpas y por favor, porque el Estado vino y nos quitó nuestra tierra, no se reconocen nuestros derechos. A mí me metieron una bala de goma en la pierna”, concluyó.

Se espera que esta tarde continúen los allanamientos y, según los dichos de los gendarmes a los miembros de la comunidad, “habrá detenciones”. (ANB)

Fora da Lei: Veja faz chacota com o Estado de Direito e confronta TSE

Revista Veja faz chacota com o Estado de Direito

Renato Rovai - Revista Forum

postado em: 26/10/2014
A revista Veja foi condenada no início da noite de ontem (25) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por crime eleitoral e deveria publicar um direito de resposta com o mesmo espaço de destaque que deu para a capa caluniosa que produziu contra Lula e Dilma e  que está sendo usada pela campanha de Aécio como panfleto de campanha.

Confrontado a lei, a empresa da avenida Marginal não agiu desta maneira e publicou o direito de resposta num sub destaque, mantendo a capa bandida na posição de antes.

Mais do que isso, botou todos os seus bate-paus que se denominam colunistas para desmoralizar o ministro que concedeu o direito de resposta à campanha de Dilma.

Veja não pode ficar impune. Isso não é um atentado apenas à campanha de Dilma é um atentado contra o Estado de Direito e à democracia.

Todos que puderem devem divulgar à suas listas de contatos essa capa que divulgo no post. É, infelizmente, a única maneira de reparar o golpe praticado pela revista antes do urnas serem abertas. Depois disso, Dilma , Lula e o PT têm que buscar em todas as instâncias a condenação da Editora Abril. E uma condenação exemplar.

O ato cometido hoje pela família Civita é um dos mais escandalosos da história democrática do país.

(*) Publicado originalmente na Revista Forum.

miércoles, 22 de octubre de 2014

Uruguay: una elección sin izquierda



Por Julio Louis, para América Latina en Movimiento

A escasos días de las elecciones nacionales puede decirse que esta ha sido una de las campañas más mediocres y apáticas. Se sabe que habrá un ganador, porque nadie lo cuestiona: el sistema capitalista, que con los factibles presidentes no corre peligro. Para poner un ejemplo foráneo- es una elección entre Sarkozy y Holande, entre la derecha conservadora y la tibieza social-liberal de la socialdemocracia hundida en el fangal del sistema. Con el agravante que en Uruguay no hay siquiera un Mélenchon, una izquierda emergente inteligente y creíble. A la izquierda del F.A. se sitúan minúsculas expresiones sin capacidad de distinguir entre la reacción y el progresismo adscripto al sistema, expresiones de bloques político-sociales diferentes; y que yerran en su estrategia, propuestas y discursos enfilados solo contra el Frente Amplio y su gobierno.
 
Cuando el Frente Amplio ha optado por la candidatura del Dr. Vázquez, y se ha acomodado previamente el programa a su perfil, se ha producido un corrimiento al centro con relación al programa del Congreso del 2008 y a la candidatura de Mujica. Cuando el F.A. – aceptado como la izquierda por las masas populares- se desplaza al centro y no hay otra izquierda creíble con peso de masas, los demás contendores se afirman en sus posiciones retrógradas, y hasta pueden darse el lujo de aparecer como anti-imperialistas.
 
¿Cuál es la diferencia con la elección del 2009? La derecha estaba representada por un oligarca de “pura cepa”: Lacalle Herrera, padre. Hoy, lo está por su hijo, Lacalle Pou. Los intereses de clase y sus fundamentos ideológico-políticos no difieren. La propuesta de blancos y colorados apenas modificada con matices, será la de siempre, la de expresar los intereses del bloque del gran capital dominante y descargar el peso de eventuales retrocesos económicos sobre las clases, capas y sectores populares. Serán lacayos eficientes del imperialismo norteamericano o europeo, romperán los atisbos de unidad sudamericana, abrirán más el país a las trasnacionales, a las fuerzas armadas estadounidenses, a la penetración cultural degradante. Sin embargo, las estrategias electorales de Lacalle padre e hijo son distintas. El hijo “olvida” y prescinde de la historia, hace “nacer” el proceso político en el 2005 y se cuida de exponer su orientación retrógrada y pro imperialista. Para ello cuenta a su favor con su contendor principal, Tabaré Vázquez, que ha puesto en duda la existencia del imperialismo, que asesora al FMI y que se ha relacionado como aliado con George Bush.
 
La diferencia mayor –por consiguiente- radica en el programa y las candidaturas del FA. Hace un lustro, el hoy candidato y entonces presidente Vázquez, había pretendido imponer la candidatura de Danilo Astori; sin embargo, surgió victorioso otra figura con una actitud de clase y pasado militante que el pretendido sucesor no lograba: Mujica. Por consiguiente, Mujica y Lacalle representaban el Sur y el Norte, el pueblo y la oligarquía. En 2014 vuelve a escena Vázquez, rodeado de los derrotados en el Congreso del FA del 2008 más el Grupo de los Ocho con Mujica a la cabeza, que ayer punteó por la izquierda y hoy reengancha detrás de quien lo denostara expresando que decía estupideces. Un Mujica que calificó a aquel programa emanado del Congreso de “pos-socialdemócrata”, mientras hoy su hombre de confianza Bonomi, califica al actual de “socialdemócrata”. Pero aquel paso a la izquierda forzó a que la fórmula la completara Astori, para expresar la heterogénea realidad del Frente Amplio. Mientras hoy, Vázquez se dio el lujo de designar de hecho a un acompañante sin trayectoria destacable, pero con ilustre apellido.
 
¿Quedan actores relevantes de pensamiento anti-capitalista en el Frente Amplio? Sí, pocos. Lo son los primeros candidatos a diputados por Montevideo del Partido Socialista, en abierta pugna con la mayoría de su Partido, que desplazó a una figura de la talla del ex vice-canciller Roberto Conde. Y sobre todo queda en la heterogénea coalición liderada por Constanza Moreira, más enfocada a resaltar las cuestiones de género, de edades, de diversidad sexual, que a destacar la lucha de clases y la confrontación con el imperialismo.
 
Si el Frente Amplio nació como fruto de las luchas del movimiento obrero-popular, hoy este ha sido constreñido de hecho, a actuar en los límites “de lo posible” definido por la fuerza política. Sin dudas ha habido avances considerables: consejos de salarios, ley de 8 horas para el trabajador rural, leyes protectoras de las trabajadoras domésticas, descenso de los índices de indigencia y pobreza, ley de responsabilidad penal empresarial, etc. Se refleja en el involucramiento del PIT-CNT llamando a recordar conductas reaccionarias, la activa defensa del SUNCA de la ley de responsabilidad penal empresarial, la lucha básicamente juvenil defendiendo el “No a la baja” para impedir que se castigue como adultos a menores de edad (sin que paralelamente se les haya ocurrido a los gestores de la iniciativa, permitir la ciudadanía a los 16 años con todos los derechos y deberes inherentes), o de expresiones menos conocidas del movimiento cooperativo, de reclamos barriales, etc. De todos modos, lejos, muy lejos, de aquel “lucha, lucha, lucha/no dejes de luchar/ por un gobierno obrero/obrero y popular” del 71. Y lejos de la incidencia política de movimientos sociales de otros países, caso de Bolivia, donde ellos son la base del Movimiento al Socialismo y del gobierno de Evo Morales.
 
Vázquez y Astori en el primer gobierno, tomaron de ejemplo a la Concertación chilena, la que luego fue desplazada por Piñera, y ahora ha devenido -con la presencia del Partido Comunista- en la Nueva Mayoría. Un gobierno de perfil similar al de Bachelet parece vislumbrarse en Uruguay, en el mejor de los casos. Y un desafío similar a la de la izquierda chilena, tendrá la dispersa y desorientada izquierda uruguaya: la de su resurgimiento, cualquiera sea el resultado de las elecciones.
 
21-10-2014

Gobierno venezolano estima inflación entre 25% y 30% para 2015

Últimas Noticias
El Gobierno estima que el próximo año la inflación se ubicará entre 25% y 30%, según se señala en la Exposición de Motivos del Proyecto de Ley de Presupuesto 2015, presentado este martes por el ministro de Finanzas, Rodolfo Marco Torres en la plenaria de la Asamblea Nacional.

La estimación es superior al rango que se planteó el Ejecutivo en el Presupuesto para 2014, cuando preveían que los precios subirían entre 26% y 28%.

Sin embargo, el desarrollo de la economía durante 2014 ha mostrado un resultado diferente que más que duplica esa previsión.

De acuerdo con el el último dato disponible, difundido por el Banco Central de Venezuela, correspondiente al mes de agosto, la inflación acumula un alza de 39%

Indignados y frustrados: LOS FAMILIARES DE LOS ESTUDIANTES DESAPARECIDOS EN MEXICO

Las autoridades mexicanas se reunieron con los parientes de los normalistas y reconocieron errores de procedimiento en la exhumación de los 28 cadáveres que estaban en las primeras fosas clandestinas descubiertas.

Por Gerardo Albarrán de Alba
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La falta de información sobre el paradero de los estudiantes llenó de insatisfacción a sus familiares.
Desde México DF
Frustración e indignación marcaron el tono de una reunión a puerta cerrada entre familiares de los 43 estudiantes normalistas desaparecidos en Iguala, Guerrero, con el secretario de Gobernación, Miguel Angel Osorio Chong, y el procurador general de la república, Jesús Murillo Karam. La falta de información sobre el paradero de sus hijos y nietos los llenó de insatisfacción, dijeron en una improvisada rueda de prensa al término de un encuentro a media tarde con los funcionarios federales en el hangar privado de la PGR, en el aeropuerto de Acapulco, fuertemente resguardado.
“No hay confianza en ellos; sin embargo, es el Estado mexicano y tenemos que apostarle y hacer la exigencia para que la búsqueda sea efectiva, la investigación también lo sea y que los responsables sean sancionados”, dijo Vidulfo Rosales Sierra, abogado del Centro de Derechos Humanos de La Montaña Tlachinollan, organización que apoya a los familiares de los jóvenes desaparecidos.
Al mismo tiempo, en la capital del país, el sacerdote católico Alejandro Solalinde se presentaba en la PGR para aportar la información que ha recabado de familiares, testigos y al menos un sobreviviente de la matanza realizada el 26 de septiembre. Sin embargo, no pudo entregar su declaración, ni se entrevistó con el procurador Murillo Karam, como se anunció ayer en estas mismas páginas, porque el titular de la Subprocuraduría Especializada en Investigación de Delincuencia Organizada (Seido), Rodrigo Archundia, no se encontraba en las instalaciones de la dependencia cuando arribó el también director del albergue para migrantes Hermanos en el camino, ubicado en Ixtepec, Oaxaca. La entrevista entre Solalinde y Murillo fue reagendada para mañana jueves.
Solalinde presentaría los datos que sustentan la versión de que los 43 estudiantes de la Normal Rural de Ayotzinapa fueron asesinados y sus cuerpos quemados, algunos de ellos todavía vivos. Incluso mencionó un mapa de la zona norte de Guerrero, colindante con el estado de México, donde podrían estar los cuerpos, según le dijeron sus informantes, “aunque lo más probable es que estén en los alrededores de Iguala”, dijo.
En Acapulco, durante más de dos horas y media, el secretario de Gobernación y el procurador general de la república expusieron las líneas de investigación ante los familiares de los jóvenes desaparecidos, sus abogados y representantes estudiantiles de la Normal Rural de Ayotzinapa. La PGR se estaría centrando en la criminalización gubernamental que sufren los estudiantes y en la delincuencia organizada de la que formaba parte el alcalde de Iguala, José Luis Abarca. Ahí mismo, las autoridades habrían reconocido una serie de errores procedimentales en la exhumación de los 28 cadáveres que estaban en las primeras fosas clandestinas descubiertas.
Los representantes de estudiantes de la Normal de Ayotzinapa insistieron en que la línea de investigación que importa es aquella que lleve a localizar a sus compañeros, pero los abogados de Tlachinollan reiteraron que lo informado por el secretario de Gobernación y por el procurador general de la república “no nos satisface”. Según explicaron, “los padres de familia tienen la seguridad de que los muchachos están vivos; no nos dejamos llevar por los medios de información que anuncian que ya los quemaron o que están muertos”.

Página/12

domingo, 19 de octubre de 2014

Perú: Territorio ancestral Achuar y demanda indígena amazónica por 20 mills Has

AIDESEP impulsa desde los años 90, el proceso de reconstitución  de la Territorialidad ancestral e integral de los Pueblos Indígenas del Perú, y su Titularidad colectiva como Pueblos, basada en sus Estatutos constitutivos y constitucionales como Pueblos. Proceso que involucra ya a los Pueblos Kandozi, Kampupiyawi, Wampis, Quechua, Chapra, Kukama Kukamiria, Awajun, Achuar, Shiwilo, en Loreto; al Pueblo Ese Eja en Madre de Dios; al Pueblo Kichwa en San Martin; entre otros.

La Territorialidad por Pueblos es uno de los 09 componentes de la demanda territorial de alrededor de 20 millones de has, que ha levantado AIDESEP que incluye los derechos de posesión de centenares de comunidades; los de reconocimiento, titulación y ampliación de 1164 comunidades; el establecimiento de 05 reservas territoriales para pueblos autónomos (llamados en aislamiento voluntario); el establecimiento de 05 reservas comunales; solución a la superposición de áreas naturales protegidas en territorios indígenas; y la rectificación de mapas errados y su adecuación a las áreas ocupadas ancestrales.

Sigue un resumen de un importante paso al respecto del Pueblo Achuar, y la necesidad del más amplio respaldo social y político a este derecho sustancial y de pervivencia de este y los demás Pueblos indígenas del Perú y del mundo.

Los Achuar: primer pueblo indígena en Perú que demanda titulación integral de su territorio

- Pueblo Achuar espera cartas de apoyo solidiario dirigidas al Gobierno Regional de Loreto y que otros pueblos sigan su ejemplo.
Servindi, 18 de octubre, 2014.- La Federación de la Nacionalidad Achuar del Perú (FENAP) decidió renovar su exigencia de titulación integral de su territorio ancestral después de tres años de haberlo demandado ante al Gobierno Regional de Loreto sin obtener respuesta alguna.
La representación del pueblo Achuar considera que existe un silencio administrativo negativo por lo que presentó un recurso de apelación contra la referidad entidad.
El 70 por ciento del territorio Achuar se encuentra amenazado debido a que la empresa PetroPerú ejecuta diversas acciones en pos de lograr la explotación del Lote 64, y se ha consorciado con una empresa argentina para explotarlo de manera conjunta.
Integrante del Pueblo Achuar. Imagen: Isabel López Meza (IIDS)
En 2011 el pueblo Achuar del Pastaza, representado en la FENAP, inició un procedimiento administrativo ante el Gobierno Regional de Loreto, para ser reconocido como tal, y exigió la titulación de su territorio integral.
Para ese efecto, aprobó la Constitución del Pueblo Achuar, que recoge sus principios, derechos y deberes de sus integrantes, su estructura organizativa y política, así como su Plan de Vida.
También elaboró un censo y padrón poblacional, un croquis territorial y desarrolla un proceso de demarcación territorial que tiene, como principales frutos, la adopción de acuerdos fronterizos con otros pueblos indígenas.
En el último año el pueblo Achuar actualizó su documentación constitutiva para re-encausar su procedimiento y obtener el reconocimiento de su personería jurídica como pueblo o nacionalidad, además de su titulación territorial integral.
El fundamento expuesto por la organización Achuar – que cuenta con la asesoría del Instituto Internacional de Derecho y Sociedad (IIDS)- se sustenta en la Constitución Política del Perú, que debe leerse a la luz del derecho internacional y los avances del derecho constitucional peruano.
Por ejemplo, la jurisprudencia del Tribunal Constitucional reconoce la categoría de pueblos indígenas o nacionalidades, y el territorio integral de los pueblos indígenas incluyendo bosques, ríos u otros recursos naturales.
Argumentan además que la ausencia del reconocimiento del pueblo Achuar por el Estado peruano afecta su integridad territorial y sus derechos colectivos.
Tal situación les impide emplear las herramientas legales para defender su territorio de invasores, colonizadores, taladores o terceros que buscan realizar actividades extractivas dentro de su territorio sin autorización ni consulta previa.
Históricamente, los pueblos indígenas han sido fragmentados por el propio Estado que al solo reconocerlos como comunidades, asociaciones u otras formas de organización nucleares o civiles los ha fracturado políticamente.
El limitado reconocimiento del Estado ha quebrado la integridad y unidad política de los pueblos originarios al reducirlos a formas de organización que no corresponden a su realidad política y cultural.
De esta manera, el propio Estado ha fraccionado la integridad territorial indígena, los ha fracturado políticamente debilitando en consecuencia su identidad cultural y formas de vida.
Cabe precisar que el reconocimiento que el Estado hace al territorio de los pueblos originarios no incluye a los bosques, purmas, ríos u otros recursos naturales, los que son entregados solo en cesión en uso.
El pueblo Achuar espera la solidaridad de todas las instituciones o pueblos hermanos en su camino para alcanzar el reconocimiento y titulación de su territorio integral.
En tal sentido esperan que las personas e instituciones solidarias envíen comunicaciones al Gobierno Regional de Loreto pidiéndole se pronuncie a favor de los derechos colectivos del pueblo Achuar. También esperan que otros pueblos continuén esfuerzos similares.

Otras noticias:

Feminismo liberador

Eduardo Nabal Aragón

No hace tanto que la editorial "Traficantes de Sueños" ha publicado en su excelente colección "Mapas" el ensayo "Revolución en Punto Cero", el segundo libro traducido al castellano de la activista y profesora Silvia Federeci, tras la buena acogida de "El Calibán y la Bruja. Capitalismo y acumulación originaria", donde analiza la historia del capitalismo con un enfoque de género.

Federeci utiliza a Marx y sus discípulos pero siempre va más allá, atendiendo a ofensas invisibilizadas, materiales o simbólicas. Desigualdades estructurales y formas de subjetivación opresivas. En esta ocasión la autora recoge antiguos y nuevos artículos para hablarnos de algo, aún hoy en día, aparentemente poco visible: “El trabajo doméstico”, un trabajo todavía asociado, en su mayor parte, a las mujeres, en diferentes latitudes de nuestro planeta. Federeci desde muchos ángulos analiza y documenta como se ha asignado a éstas un tipo de trabajo no solo “no remunerado” sino que se ha pretendido inherente a lo femenino y al papel tradicional de esposa-madre, el trabajo en casa, al ángel del hogar. Invisibilizado, ninguneado, impuesto de forma sutil pero también violenta. Esas ofensas simbólicas de las que habla Nancy Fraser en su artículo “Heterosexismo, falta de reconocimiento y capitalismo” (New Left Review).

Desde el EEUU de los 70- en plena emergencia de un feminismo revolucionario- a los nuevos escenarios de países en un mundo globalizado en los que se libra una guerra silenciosa contra mujeres pobres y los/as jóvenes que ven como se escapan oportunidades y sus derechos conseguidos, de mano de sus gobiernos o infraestructuras bancarias . Desde tiempo inmemorial, y a pesar de los avances, madres, esposas, hijas han sido objeto de una explotación no siempre considerada del todo por la izquierda y sus batallas, a pesar de su importancia insoslayable en la economía mundial y su funcionamiento en distintos momentos históricos.

Las batallas domésticas que ella documenta con su habitual erudición y coherencia, sin abandonar una prosa accesible, esas micro luchas que se han librado y se siguen librando en muchos hogares ya no son solo por una posible y justa “remuneración” sino por un reconocimiento personal y social, aún hoy, bastante pobre o limitado, incluso por parte de otras mujeres. Federeci dedica su libro “Revolución en punto cero” a la escritora y activista egipcia Nawal El Saadawi cuyo libro “Mujer en punto cero” ha inspirado el título de su colección de ensayos, además de su talante comprometido por los derechos y autodeterminación de las mujeres en los llamados países musulmanes, siempre desde una perspectiva no colonialista y antiimperialista.

Escritos en diferentes épocas los capítulos de “Revolución en punto cero” nos devuelven la voz lúcida, culta y comprometida de una autora ya clásica en la llamada “economía feminista”, desde los 70 hasta nuestros días. “Trabajo doméstico y luchas feministas” recoge el pasado que nos ha traído hasta aquí sin cambios profundos pero sobre todo mira hacia el futuro. Engloba las situaciones de desigualdad en marcos amplios como la llamada “globalización”, las formas de colonialismo vigentes, las luchas horizontales y el llamado “trabajo reproductivo”, impuesto o limitado por diferentes formas de organizar la economía y la política. Trabajos que curiosamente no son todavía considerados “Productivos” y por los que la autora reclama un salario. Algo más que importante en unos momentos en los que aquí y ahora se cuestionan por la derecha en el poder muchas de las conquistas logradas por el movimiento feminista tras largas décadas de lucha en el Estado Español.

El libro de Federeci expone con una extraña lucidez la raíz de los problemas que siguen llevando, de distintas formas, a situaciones de subordinación, dependencia, temores, abnegación, ausencia de libertades, autorepresión...Esas mujeres que trabajan pero, al menos en teoría, “no pertenecen a la clase trabajadora” son las protagonistas de este enorme ensayo, de alcance universal, todavía urgente y como su anterior trabajo la autora une políticas, geografías, culturas y posiciones de la mujer en sociedades de ayer, hoy y mañana.

Ese “capitalismo gore” del que habla la mexicana Sayak Valencia (entrevistada por Diario Progresista) en su libro, esa organización socioeconómica que se perpetúa ¿silenciosamente? es uno de los elementos clave de un ensayo feminista ya imprescindible pero no solo destinado a las mujeres, sino a todos los que hoy hacen o creen en el feminismo como posible herramienta de construcción de algo nuevo y mejor a nuestro alrededor.

Os dejo con unas palabras de la propia Federeci

[EL TRABAJO INVISIBILIZADO]

“Partiendo de nuestra situación de mujeres, sabemos que la jornada laboral que efectuamos para el capital no se traduce necesariamente en un cheque, que no empieza y termina en las puertas de una fábrica, y así redescubrimos la naturaleza y la extensión del trabajo en sí mismo. Porque tan porto levantamos la mirada de los calcetines que remendamos y de las comidas que preparamos, observamos, que, aunque no se traduce en un salario para nosotras, producimos ni más ni menos que el producto más precioso que puede aparecer en el mercado capitalista: la fuerza de trabajo”

(Revolución en punto cero. Trabajo doméstico, reproducción y luchas feministas. Editorial Traficantes de Sueños. Colección Mapas nº 36)

A 522 años, otro mundo aún es posible




La colonialidad iniciada con la conquista y el capitalismo con el proceso de industrialización, corresponden a las dos fuerzas estructuradoras del hambre, el despojo y la infelicidad de los pueblos del Sur. En su desarrollo histórico la dimensión epistémica ha jugado un rol crucial en su reproducción. Las formas de pensar, ver y comprender la realidad hacen parte central de la institucionalización de la forma social, imperial y burguesa, dominante.
 
En Chile este ejercicio ha sido decisivo para la digestión de los movimientos sociales y la domesticación de una sociedad en movimiento. El pensamiento único impuesto por el norte y sostenido por un círculo de intelectuales nacionales que escriben los límites de lo posible sobre los muros de la ciudad, corresponde a una de las correas de transmisión entre la estructura económica-política y la reproducción psico-social.

El dolor en nuestra tierra tras 522 años de saqueo enseña que la colonialidad no ha cesado, ni en sus formas de dominación-explotación-opresión (colonialidad del poder), ni en sus maneras que afecta la experiencia de vida de los sujetos (colonialidad del ser), como tampoco al efecto de invisibilización e inferiorización de saberes que no responden a las modalidades de producción de conocimiento asociados a la ciencia convencional y al discurso experto (colonialidad del saber) [1].

La colonialidad del saber

Es posible identificar al menos cuatro elementos de esta operatoria del poder para mantener la sumisión de los sujetos a la herencia colonial.

Desde arriba y desde afuera. La ciencia moderna imbricada con la conquista y luego con el desarrollo capitalista es una herramienta que tiene por objetivo disfrazar las caóticas luchas (de clases, etnias, razas y género) en una sociedad racionalizada mecánicamente, ordenada, lineal, cual pieza de relojería. Este ejercicio es posible cuando se mira el mundo desde arriba y la naturaleza desde afuera, precisamente para enajenar al ser humano de su posición en el mundo.

Sujeto sin lugar. También actual desvinculando la ubicación epistémica del sujeto hablante, ocultando a quien habla y su ubicación en las estructuras de poder. Lo que busca es disociar a la persona de su realidad contextual, abstrayéndolo de la vida misma. Esta matriz ha cumplido cabalmente su rol propuesto, en palabras de Ramón Grosfoguel, “hacer que los sujetos socialmente ubicados en el lado del oprimido de la diferencia colonial, piensen sistemáticamente como los que se encuentran en las posiciones dominantes”[2].

Pensamiento único. A esto se suma la implantación de una meta-narrativa universal que establece los límites de lo posible. Un pensamiento universal, monolítico y monocultural que levanta muros que impiden pensar más allá de lo dado como natural. Barreras, que en silencio, establecen las fronteras de lo permitido. Como señala Santiago Castro Gómez, la ciencia y el discurso experto se levantan como “un punto de vista por sobre todos los puntos de vista pero sin que de ese punto de vista pueda tenerse un punto de vista” [3].

Invisibilización de saberes. A su vez este sentido común colonial no solo confunde y crea situaciones e implanta principios existenciales, sino niega los sentidos, realidades y conocimientos que le cuestionan y transgreden. En palabras de Nelson Maldonado-Torres es un proceso de “subalternización de subjetividades y de saberes, invisibilizando la diferencia colonial, las historias, subjetividades, conocimiento y lógicas de pensamiento y vida que desafían esta hegemonía” [4].

A descolonizar-nos

A pesar de los cinco siglos de violencia en el cuerpo, hay algo que nos dice que otro mundo es posible. La razón: para nosotros y nosotras las del sur, el socialismo no fue una idea ni un sustantivo, es una realidad, es verbo, es socializar, es acción, es de carne y hueso. Existe allí, en la vida comunitaria, y con todo el cemento encima no deja de brotar sus flores de rebeldía, cuando menos lo esperamos.

En cada uno de esos frutos, hay aprendizajes, conocimiento acumulado de derrotas y victorias, saberes cotidianos de lucha y organización. Son estos saberes-experiencias un lugar de pensamiento para descolonizar-nos. No son una respuesta o una verdad, sino una forma de caminar que mira el mundo no desde quien venía en su carabela, sino desde quien estaba en tierra observando su llegada [5].

En esa dirección se observan al menos tres quiebres necesarios:

Indisciplinar las ciencias. Es necesario asumir el largo desafío de hacer de la ciencia un instrumento para la libertad del género humano y no para el control del mercado sobre la naturaleza y la gente. Para ello lo primero es reconocer nuestro lugar, nuestra ubicación en el mundo, que es del lado de los oprimidos. Y lo segundo hacer de ella otro medio de combate, diría Fals Borda, hacer ciencia guerrillera, “una donde el científico rebelde usando todas las armas de la crítica aborda los problemas del cambio de sistema social, ciencia politizada, cuya misión en la sociedad es participar directamente en el proceso de reemplazarla por otra mejor” [6].

Subvertir los límites. No es suficiente con una apertura funcional hacia nuevas perspectivas dentro del pensamiento hegemónico, lo necesario es cuestionar sus propios fundamentos, desestructurar los límites del pensamiento social. Señalaría Catherine Walsh “el problema no descansa simplemente en abrir, impensar o reestructurar las ciencias sociales, sino más bien en poner en cuestión sus propias bases” [7]. En efecto este camino, que no representa algo nuevo o mejor sino simplemente un sendero distinto, “no busca fijar, definir, clasificar, ni quiere estipular principios generales, más bien pregunta y duda mirando hacia lo nuevo, hacia la creatividad humana que desborda los conceptos previos exhibiéndolos como límites de pensamiento”[8].

Des-cubrir saberes otros. Se requiere empezar a observar aquellas experiencias fronterizas, experiencias construidas por los no-ciudadanos desde su propio dolor que incorpora creativamente en sus luchas la esperanza por un mundo distinto. Estos son saberes de resistencia que emergen del ejercicio y construcción de autonomías, conocimientos vivenciales que han permitido a millones sobrevivir la devoradora destrucción colonial y capitalista. Diría Raúl Zibechi “tomar los relámpagos insurreccionales como momentos epistemológicos” [9].

Si lo pensamos es posible

En un nuevo año de resistencia al colonialismo recordemos: necesitamos producir socialmente un pensamiento otro, antagónico al dominante. Este será sólo posible si los sin voz, recuperan la palabra y gritan el mundo que quieren y sueñan.

Estos saberes y sabidurías que no provienen del Estado ni del Mercado, sino de la propia comunidad y sus luchas, desordenan el conocimiento científico atravesándolo con la filosofía de vida que corre las fronteras de lo permitido.

Hoy deberíamos, por abajo, erradicar en todos los ámbitos de la vida social los enclaves coloniales provenientes de la conquista, y por arriba, impulsar una descolonización de la economía y del Estado, avanzar en una segunda independencia donde recuperamos la soberanía sobre los territorios y la organización del conjunto de la sociedad.

Notas

[1] Ver Quijano, Aníbal. “Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina”, en EdgardoLander (ed.), La Colonialidad del saber: Eurocentrismo y Ciencias Sociales. Pers- pectivas Latinoamericanas. CLACSO, Caracas, 2000.
[2] Grosfguel, Ramón. “La descolonización de la economía política y los estudios poscoloniales. Transmo-dernidad, pensamiento fronterizo y colonilidad global, Tabula Rasa”, No. 4, 2006. p.22.
[3] Castro-Gómez, Santiago. “Decolonizar la universidad. La hybris del punto cero y el diálogo de saberes”. En: Santiago Castro-Gómez y Ramón Grosfoguel (eds.), El giro decolonial. Reflexiones para una diversi-dad epistémica más allá del capitalismo global. Iesco-Pensar-Siglo del Hombre Editores, Bogotá, 2007.

[4] Maldonado-Torres, Nelson. “Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de unconcepto”. en: Santiago Castro-Gómez y Ramón Grosfoguel (eds.), El giro decolonial… op.cit.
[5] Mignolo, Walter.Historias locales/diseños globales. Colonialidad, conocimientos subal-ternos y pensamiento fronterizo. AKAl, Madrid, 2003.
[6] Fals-Borda, Orlando. “¿Es posible una sociología de la liberación?”, extraído de: http://www.ram-wan.net/restrepo/decolonial/6-fals%20borda-colonialismo%20intelectual.pdf.
[7] Walsh, Catherine. “¿Son posibles unas ciencias sociales/culturales otras? Reflexiones en torno a las epistemologías decoloniales”. En Nómadas, No. 26, 2007. pp. 102-113 y Walsh, Catherine “Introducción: (re)pensamiento crítico y (de)colonialidad”. En Catherine Walsh (ed.), Pensamiento crítico y matriz (de)colonial. Reflexiones latinoamericanas. Abya-Yala-Universidad AndinaSimón Bolívar, Quito, 2005.

[8] Gutierréz, Raquel y Gómez, Luis, “Los múltiples significados del libro de Zibechi”, en: Zibechi, Raúl, Despersar el Poder , Quimantú, Santiago, 2007.
[9] Zibechi, Raúl, “Ecos del subsuelo: Resistencia y política desde el sótano”, en Ceceña, Ana Esther. De los saberes de la mancipación y de la dominación. Clacso, Buenos Aires, 2008. p.76.


Henry Renna G. Movimiento de Pobladores en Lucha.
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